Um dia após Lula ser barrado, Haddad vai à terra natal do ex-presidente e usa chapéu de cangaceiro

O ex-prefeito encontrou familiares do ex-presidente em Garanhuns. Haddad, que deverá ser confirmado candidato, terá encontro com Lula na segunda-feira

13:50 | Set. 01, 2018

O vice da chapa do PT e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, está neste sábado (1º) no município de Caetés (PE), terra natal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve sua candidatura à Presidência da República negada ontem (31) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com base no entendimento de que o petista está enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Ao chegar ao aeroporto de Garanhuns, Haddad foi recebido pelo senador Humberto Costa (PT) e por lideranças da região.

 

"Já ouvimos por aqui alguns companheiros perguntando se 'Andrade' chegou... Ele chegou sim e já conversou conosco sobre a educação em Pernambuco", escreveu o senador no Twitter, fazendo uma brincadeira com o nome do ex-ministro da Educação. Haddad deve passar o dia na região e, depois, seguir para Maceió.

 

Próximos passos 

 

Em entrevista colketiva transmitida pelo Twitter, Haddad afirmou que deve se reunir com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os advogados do partido na segunda-feira (3) pela manhã, em Curitiba, onde Lula está preso.

 

Assista à entrevista:

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Na reunião serão decididos os próximos passos da campanha, após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que indeferiu a candidatura presidencial de Lula.

 

"Vamos apresentar o quadro jurídico ao presidente Lula na segunda-feira pela manhã. Vamos discutir o que fazer nesses dez dias de prazo", disse Haddad. O ex-prefeito de São Paulo lembrou que Lula não pode receber visitas aos fins de semana na prisão.

 

[SAIBAMAIS]Na sexta, 31, o TSE negou o registro da candidatura do ex-presidente ao Palácio do Planalto Lula, no entendimento de que o petista está enquadrado na Lei da Ficha Limpa. A decisão da Corte tira Lula - condenado e preso na Lava Jato - da disputa presidencial, mas o PT promete manter a judicialização do caso.

 

"A Justiça eleitoral neste caso talvez não seja a última palavra, vamos estudar ao longo do fim de semana", afirmou Haddad na coletiva. O registro da candidatura de Lula foi rejeitado por 6 votos a 1. O tribunal deu prazo de dez dias para a coligação apresentar um novo cabeça de chapa.

 

"Desde que Lula foi preso a intenção de voto dele cresceu. Por que cresceu tanto a disposição do povo votar nele? É isso que nos faz crer que estamos do lado certo da Justiça", ressaltou.

 

Cangaceiro

 

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Um pouco antes, Haddad, com um chapéu de cangaceiro, fez curta transmissão ao vivo pela sua página do Facebook, de três minutos, direto de Garanhuns, rodeado de parentes e amigos do ex-presidente Lula.

 

"Nós todos nos sentimos parentes de Lula nesse momento. Ele precisa de nossa solidariedade e empenho, lutar por ele hoje é lutar pela democracia", afirmou. Haddad está visitando diversas cidades do Nordeste, onde ainda é pouco conhecido e tem a missão de atrelar seu nome ao do ex-presidente.

 

No vídeo, Haddad é questionado por uma mulher que não aparece na imagem. "O Lula mandou votar em você? Mandou?", pergunta. "O Lula mandou votar em nós porque a gente faz uma chapa. Não existe presidente sem vice, estou aqui cerrando fileiras com o Lula como todos você", responde Haddad.

 

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), também aparece no vídeo ao lado de Haddad. "Lula mandou uma carta para Câmara que sabe que é importante os partidos cooperarem pelo estado. A parceria é sempre boa", diz Haddad. 

 

Agência Estado