Ex-dirigente do PSC é suspeito de usar Fundo Partidário para pagar prostitutas
20:20 | Jun. 07, 2018
No áudio, Nósseis relata: "Eu tô vendo uma fofoca ... Diz que eu dei dinheiro, né? Eu dei dinheiro da fundação pra comer as puta (sic)... Conversa dela. Falei 'dei mesmo e comi'. Qual o problema? E agora? Vai fazer o que comigo? Dei, mas elas se formaram. Recuperei elas todas pra vida. Ce vê (sic), a Samantha é uma mesmo. A Keila é outra. Tem umas três na Europa. Já viraram, tudo virou gente. -Formaram, tem mais de vinte".
Nósseis era vice-presidente da Fundação Instituto Pedro Aleixo. Também foi presidente de honra do PSC nacional, mas terminou expulso do partido. Ele não cita valores na gravação.
O caso foi noticiado pelo jornal O Globo. O Estado teve acesso ao conteúdo da gravação, tornado público pela Justiça Eleitoral. Provocado pela atual direção do PSC, o Ministério Público de Minas Gerais abriu um procedimento preparatório para investigar o caso, conforme cópia encaminhada pelo PSC à Justiça Eleitoral.
Num despacho de maio do ano passado, o promotor Marcelo Oliveira Costa informa ter ouvido Nósseis. O dirigente disse não se lembrar da conversa na gravada e argumentou que a prova é ilícita. "Não se pode levar em consideração uma conversa informal, descontraída, com 'animus' de instigar os malfeitores", ponderou Nósseis.
O promotor também pediu que o Instituto Pedro Aleixo, ligado ao partido até 2017, informe se houve repasse de dinheiro a alguma das mulheres citadas no áudio.
Nósseis perdeu o controle do PSC em convenção para o pastor Everaldo Pereira, candidato à Presidência da República em 2014. Desde então, eles disputam em instâncias partidárias e judiciais o comando da legenda. O advogado e delegado do PSC, Alessandro Martello Panno, representou contra Nósseis no Ministério Público mineiro e também encaminhou a documentação ao TSE.
O ex-dirigente tenta agora afastar a atual direção do partido, pede o bloqueio das contas com recursos do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral de 2018, alegando suposta malversação de recursos por Everaldo e seus aliados.
A reportagem não conseguiu contato com Nósseis até o momento. Procurado, o pastor Everaldo disse que não gostaria de comentar e que o partido irá se manifestar por meio de nota.
Agência Estado