Fernando Collor: relembre a trajetória de polêmicas envolvendo o ex-presidente, preso nesta sexta

Fernando Collor: relembre a trajetória de polêmicas envolvendo o ex-presidente, preso nesta sexta

Ascensão meteórica, presidência, impeachment e agora prisão. A trajetória de Collor coleciona polêmicas, relembre

O ex-presidente Fernando Collor de Mello foi preso na madrugada desta sexta-feira, 25, em Maceió (AL), por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A prisão do ex-presidente reacende a trajetória política marcada por polêmicas e escândalos que acompanham o ex-mandatário desde sua ascensão à presidência em 1990.

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Trajetória de polêmicas

Caçador de marajás: Antes de chegar à Presidência, Fernando Collor foi prefeito de Maceió, deputado federal e governador de Alagoas, cargo que conquistou em 1986 com uma campanha marcada pelo discurso anticorrupção e contra servidores públicos com altos salários, os chamados "marajás". A fama de "caçador de marajás" foi usada por ele na campanha presidencial de 1989.

Confisco das poupanças: Logo no início de seu mandato, Collor lançou o Plano Collor, que incluiu o polêmico confisco das cadernetas de poupança para tentar conter a hiperinflação, que alcançava 80% ao mês em 1990. A medida gerou grande indignação popular e não foi eficaz no controle da inflação.

Rituais de magia negra: A ex-esposa de Collor, Rosane, revelou que ele e aliados próximos realizavam rituais de magia negra na Casa da Dinda, residência da família em Brasília. O local também foi envolvido em denúncias de superfaturamento de uma reforma nos jardins, estimada em US$ 2,5 milhões, supostamente paga com recursos de contas fantasmas controladas por PC Farias.

Pai assassino: Essa não envolve Collor, mas o próprio pai. Em 1963, o então senador Arnon de Mello,  pai de Fernando Collor, sacou uma arma durante um discurso no Senado e matou acidentalmente o senador José Kairala. Apesar da gravidade do caso, Arnon não foi condenado, sendo o ato considerado um "crime acidental" pela Justiça.

Briga entre irmãos: Pedro Collor, irmão do ex-presidente, teve papel decisivo em sua queda. Em entrevista à revista Veja, ele denunciou um esquema de corrupção liderado por PC Farias, com conhecimento e envolvimento de Fernando Collor. As acusações foram decisivas para o processo de impeachment.

Fiat Elba: Um dos símbolos do impeachment foi a compra de um Fiat Elba 1991, feita com dinheiro desviado, segundo investigações. O carro foi adquirido por meio de PC Farias, tesoureiro da campanha de Collor, e a denúncia foi essencial para a abertura do processo de cassação.

PC Farias: Tesoureiro da campanha de Collor, Paulo César Farias foi acusado de comandar um esquema de corrupção que incluía tráfico de influência, lavagem de dinheiro e fraudes em licitações. Após fugir do país, foi preso na Tailândia. Em 1996, foi encontrado morto ao lado da namorada em circunstâncias suspeitas e até hoje nunca esclarecidas, em Maceió.

'Caras Pintadas': O movimento estudantil conhecido como "Caras Pintadas" teve papel fundamental na pressão popular pelo impeachment de Collor. Jovens com rostos pintados foram às ruas em 1992 exigindo a saída do presidente, ajudando a mobilizar o Congresso.

Impeachment: Em outubro de 1992, Collor foi afastado temporariamente da Presidência após a abertura de processo de impeachment. Renunciou em dezembro, pouco antes da votação final no Senado. Ficou inelegível por oito anos. Voltou à política como senador em 2007, foi reeleito em 2014, e em 2022 tentou, sem sucesso, voltar ao governo de Alagoas.

Carros de luxo apreendidos: Durante as investigações da Operação Lava Jato, a Polícia Federal apreendeu carros de luxo na casa de Collor: uma Ferrari, um Porsche e uma Lamborghini, com valores milionários, indicando possível envolvimento em esquemas de corrupção mesmo anos após seu governo.

A prisão de Fernando Collor representa mais um capítulo na longa lista de controvérsias que marcaram sua trajetória política, que teve um episódio marcante ocorrido no Ceará.

No Cariri, com "aquilo roxo"

A famosa frase do ex-presidente foi proferida em visita ao Cariri. Em passagem por Juazeiro do Norte (CE), em 03/04/1991, Collor fazia entregas no município, ao lado do então governador Ciro Gomes e de Frei Damião. Na plateia, cerca de 50 manifestantes organizaram protestos organizados por partidos de oposição (PT, PSB, PDT, PC do B), com faixas e gritos como "Fora Collor", "Pela derrubada do governo Collor", "Governo collorido, Brasil em preto e branco".

Houve confusão com a polícia, que retirou algumas faixas. No palanque, o presidente discursou após a confusão: "Não nasci com medo de assombração, não tenho medo de cara feia. Isso o meu pai já me dizia desde pequeno, que havia nascido com aquilo roxo, e tenho mesmo, para enfrentar todos aqueles que querem conspirar contra o processo democrático", declarou. A frase teve grande repercussão nacional.

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