Fernando Collor está preso; lembre o que ex-presidente fez
Collor foi eleito presidente com a promessa de combater a inflação e a corrupção. Anos após passar pelo processo de impeachment ele também foi senador
O ex-presidente Fernando Collor de Mello foi preso nesta sexta-feira, 25, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo sua defesa, a prisão ocorreu às 4 horas, quando o político se deslocava para Brasília.
Ainda conforme a defesa, ele se deslocava para o cumprimento espontâneo do mandado. Collor cumpre pena de oito anos e 10 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, relacionados a contratos fraudulentos durante a Operação Lava Jato.
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A prisão marca mais um capítulo na trajetória política de Collor, que vai do primeiro presidente nas primeiras eleições diretas após a ditadura militar (1964-1985) ao retorno ao Congresso como senador — e agora, à prisão. Lembre o que o ex-presidente fez.
Fernando Collor preso: o que levou à prisão do ex-presidente?
Collor, hoje com 75 anos, foi condenado em um processo derivado da Operação Lava Jato. O caso foi julgado pelo STF porque, quando passou a responder à ação, Collor era senador.
Entre as acusações, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou que Collor, com a ajuda dos outros dois empresários condenados na ação, favoreceu a UTC Engenharia em contratos com a BR Distribuidora, recebendo para isso R$ 20 milhões.
Com seu poder político, Collor teria influenciado nas indicações à diretoria da BR Distribuidora e facilitado a negociação de contratos.
Corrupção e lavagem de dinheiro: ENTENDA processo que levou STF a determinar prisão de Collor
Fernando Collor preso: o que o político faz hoje?
Fernando Collor deixou o Senado em fevereiro de 2023 e em maio daquele ano foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à pena de 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Durante esse período, Collor não exerceu atividades públicas ou políticas relevantes nem ocupou cargos públicos.
O que Fernando Collor fez em seu governo como presidente?
Oriundo de uma das famílias mais tradicionais da política alagoana e formado como economista, Collor foi eleito presidente em 1989, nas primeiras eleições diretas após a ditadura militar. Ele assumiu a presidência em 1990 com a promessa de combater a inflação e a corrupção.
Plano Collor e desestatização
Seu governo foi marcado pela implementação do Plano Collor, pelo início de um programa nacional de desestatização e a abertura do mercado nacional às importações, o que teve incisivo reflexo no aumento do mercado consumidor de carros.
Confisco de poupança e corrupção
Mas também foi um período marcado por medidas econômicas polêmicas, como o confisco da poupança, e pelo escândalo de corrupção envolvendo seu tesoureiro de campanha, Paulo César Farias, o PC Farias.
Diante da série de desarranjos envolvendo o governo, a população foi às ruas em um movimento pedindo a destituição do presidente do cargo. Após a crise econômica e política, foi instaurado um processo de impeachment contra ele.
Quantos anos tinha Fernando Collor quando foi presidente?
Foi o presidente mais jovem da história do país, eleito aos quarenta anos de idade, pelo Partido da Reconstrução Nacional (PRN).
Fernando Collor preso: impeachment por corrupção
Em 1992, Collor foi afastado do cargo por meio de impeachment, acusado de corrupção passiva e falsidade ideológica. A compra do carro Fiat Elba Weekend 1991 em nome do então presidente foi o pivô da abertura do processo de impeachment.
A aquisição do veículo teria sido feita com dinheiro desviado por PC Farias. O irmão do então presidente, Pedro Collor, afirmou que o tesoureiro operava um sistema de tráfico de influência dentro do governo.
O caso avançou no Senado no fim de dezembro de 1992, quando Collor tentou renunciar ao cargo ao perceber que o resultado não seria favorável. O presidente foi afastado por 441 votos a favor e 38 contra na Câmara dos Deputados, para responder ao processo.
Fernando Collor: de ex-presidente a senador
Após recuperar seus direitos políticos, Collor foi eleito senador por Alagoas em 2006 e reeleito em 2014.
Durante seu tempo no Senado, presidiu a Comissão de Relações Exteriores e votou em momentos importantes, como o impeachment de Dilma Rousseff em 2016 e a manutenção do mandato de Aécio Neves em 2017 .
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