"Prefeito Tiktoker" de Sorocaba é alvo de operação da PF contra desvio de recursos da saúde
Rodrigo Manga ganhou notoriedade nas redes com vídeos virais sobre projetos de sua gestão e ficou conhecido como "prefeito tiktoker"
A Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Copia e Cola na manhã desta quinta-feira, 10. As diligências miram suspeitos de desvios de recursos públicos para a saúde. Um dos alvos da operação é o prefeito de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos), que ganhou notoriedade nas redes com vídeos virais sobre projetos de sua gestão e ficou conhecido como "prefeito tiktoker".
Além de Sorocaba, os agentes cumprem 28 mandados de busca e apreensão em mais 11 cidades do Estado de São Paulo. Além desses, há um mandado de busca sendo cumprido em Vitória da Conquista, na Bahia.
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Segundo a PF, uma organização social (OS) contratada pela prefeitura de Sorocaba é suspeita de lavagem de dinheiro. A investigação, iniciada em 2022, identificou depósitos em espécie, pagamentos de boletos e compras de imóveis como movimentações suspeitas. A PF determinou o bloqueio de R$ 20 milhões em bens da OS investigada.
A prefeitura de Sorocaba foi procurada, mas não havia dado resposta até a publicação desta matéria.
No Estado de São Paulo, além de Sorocaba, há mandados de busca sendo cumpridos em Araçoiaba da Serra, Votorantim, Itu, São Bernardo do Campo, São Paulo, Santo André, São Caetano do Sul, Santos, Socorro, Santa Cruz do Rio Pardo e Osasco.
Quem é Rodrigo Manga
Rodrigo tem 45 anos, é formado em marketing pela Faculdade Uirapuru, foi vereador por dois mandatos em Sorocaba e, após ser eleito em 2020, é o atual prefeito da cidade.
Reeleito no ano passado com 73,75% dos votos válidos, Rodrigo é aliado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ganhou destaque nas redes sociais ao compartilhar vídeos bem-humorados para divulgar serviços oferecidos pela cidade, como a instalação de carregadores portáteis e guarda-chuvas nos pontos de ônibus.
Um desses vídeos acabou levando Manga a ser alvo de uma denúncia apresentada no mês passado ao Ministério Público por membros de coletivos ligados ao movimento negro. A solicitação de investigação surgiu após a publicação de um vídeo em que ele simula abordagens policiais. De acordo com os ativistas, a gravação — feita para promover a aquisição de viaturas do programa Protege Mulher — utiliza excessivamente a estética negra e reforça estereótipos ao retratar homens negros e moradores de periferia como supostos agressores de mulheres.