Evandro diz que pagamento de retroativo a servidores é 'inviável': 'Não tenho condições'

Evandro diz que pagamento de retroativo a servidores é 'inviável': 'Não tenho condições'

Prefeito disse que tem respeito pelas demandas da categoria, mas ressaltou que não cometerá 'irresponsabilidades' dada a atual situação financeira do município

O prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), comentou o impasse entre a Prefeitura e as categorias de servidores públicos municipais, que cobram reajuste salarial da gestão. O petista disse que respeita a classe de trabalhadores, mas classificou como "inviável" atender a demanda do pagamento de retroativo na proposta feita pela Prefeitura, que ofertou reajuste com índice de 4,83% neste ano.

Evandro detalhou o andamento das negociações, se disse aberto ao diálogo, desde que ocorra dentro de alguns parâmetros. O prefeito reforçou a situação financeira em que recebeu a Prefeitura, argumentou que não pode cometer irresponsabilidades e que não irá prejudicar a população em detrimento de uma parte.

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As declarações ocorreram durante entrevista exclusiva ao O POVO, no Paço Municipal, nesta quarta-feira, 9, véspera da data em que a gestão Evandro completará 100 dias à frente da administração municipal.

"Primeiro quero falar do meu respeito com a classe dos servidores públicos. Sou servidor público e sei perfeitamente o que é servir a população. Segundo, a população sabe como recebi a Prefeitura. Eu não posso cometer irresponsabilidades para acenar para uma segmento da sociedade fortalezense. Não vou fazer isso. Não vou estar fazendo acenos políticos para dar luz a um segmento. Repito, tenho maior interesse e respeito, agora temos que ter responsabilidade", disse ao ser perguntado sobre o tema.

Evandro argumentou ainda que, na prática, a Prefeitura não teria sequer condições de ofertar o valor que está na mesa (4,83%), referente à inflação do ano anterior.

"Nem o reajuste a Prefeitura teria condições de dar. Nem os 4,83%, que é a recomposição da inflação, teríamos condições de dar. Isso, inclusive, fui orientado pela minha equipe econômica. Está aqui meu secretário de governo que participa das tratativas."

O prefeito detalhou as negociações, afirmando que a proposta inicial previa dividir a recomposição, dando uma parte em junho (2%) e outra em dezembro (2,83%), e que a categoria não aceitou.

"Continuamos dialogando, com muito esforço e respeito, e fizemos uma segunda proposta, que foi de dar os 4,83% agora no meio do ano. Eles disseram que não teriam condições porque querem o retroativo. Aceitaram o percentual, mas querem o retroativo", indicou.

O prefeito então ressaltou que, na atual realidade financeira da prefeitura, atender a demanda é inviável. "O retroativo eu não tenho condições. A cada 1% desse reajuste, corresponde a quase R$ 30 milhões. Eu não posso estar agindo com irresponsabilidade. Continuo à disposição para dialogar, mas dentro de alguns patamares. Não posso aceitar onde eu vá prejudicar a população em detrimento de uma parte, que repito, é importante", argumentou.

E continuou: "Os servidores têm que ter essa compreensão de como eu peguei a Prefeitura. Da situação, de que hoje esse retroativo é inviável. Eu não tenho condições. Continuo aberto, mas também dentro de um contexto que me permita honrar com o acertado", concluiu.

Sindicatos têm pressionado

Sindicatos tem feito mobilizações cobrando a prefeitura e pressionando o poder público. Representantes de diversas categorias de servidores públicos municipais de Fortaleza participaram de ato em frente ao Paço Municipal, no dia 1° de abril.

A manifestação tinha o intuito de pressionar a gestão Evandro sobre a pauta do reajuste geral com o pagamento de retroativo a janeiro.

Sindicatos têm falado em possibilidade de paralisações e não descartam, inclusive, eventuais greves, caso a demanda não seja atendida.

Os servidores cobram um índice de 4,83%, referente ao IPCA do ano passado, mas não abrem mão do pagamento de retroativo a janeiro deste ano.

Em março, a gestão chegou a propor os 4,83%, mas parcelado em duas vezes (2% na folha de junho e o restante na folha de dezembro), entretanto, sem pagamento de retroativo. O impasse segue.

A Prefeitura informou que a antecipação dos 2,83% representaria um impacto de "aproximadamente R$ 50 milhões nas contas" do Executivo municipal. "O valor é o equivalente à construção de 14 Centros de Educação Infantis, ou 100 Areninhas Tipo 2, a 25 bases do CPRaio, à construção de um CUCA completo ou a drenagem de um bairro inteiro de Fortaleza", disse a gestão em nota no dia do protesto de servidores.

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Evandro Leitão PT Prefeitura de Fortaleza

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