Maioria dos manifestantes pró-anistia defende diferenciação de penas, diz pesquisador
Cerca de 45 mil pessoas estiveram presentes no ato desse domingo, 6, na avenida Paulista, em São Paulo
O ato pró-anistia encabeçado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no último domingo, 6, na Avenida Paulista, em São Paulo, repercutiu nesta segunda-feira, 7. Márcio Moretto, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) e do Monitor do Debate Político no Meio Digital, que coordenou a contagem de pessoas presentes no ato, disse que cerca de 45 mil pessoas estiveram presentes e adiantou que uma pesquisa de opinião, aponta que maioria defendia uma diferenciação no julgamento de lideranças e de pessoas que não participaram de atos de violência no 8 de janeiro. A declaração foi dada ao programa O POVO News.
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Questionado sobre o peso do componente religioso na manifestação em prol da anistia, Moretto destacou que o Monitor apontou que a maioria dos presentes ontem era de católicos, embora o público evangélico tenda a ter preferência pelo ex-presidente.
“Toda vez que tem atos do Bolsonaro, se fala muito da presença de evangélicos e, de fato, os evangélicos tendem a preferir Bolsonaro. Ontem, fizemos pesquisa de opinião e aferimos que a maioria dos presentes era de católicos. O que indica que, na verdade, manifestantes tinham a cara da população brasileira, que ainda é de maioria católica”, destacou.
O professor reforçou que a pesquisa feita pelo Monitor do Debate Político apontou para um entendimento predominante entre os presentes na Paulista de que a forma de julgar as pessoas envolvidas nos atos golpistas de 8 de janeiro deve ter diferenciação entre os que lideraram e se envolveram em ações violentas e os que apenas participaram do movimento.
“Queria adiantar também, desta nossa pesquisa, destacar alguns resultados. O mais importante que apareceu na pesquisa é que os manifestantes diferenciam o que eles acham que deveria ser uma pena para as lideranças do 8 de janeiro e a pena para os manifestantes. A maior parte dos que estavam se manifestando (na Paulista) tem interpretação de que as lideranças devem ser julgadas de maneira diferente dos manifestantes que não participaram de atos de violência e vandalismo”, revelou.
E seguiu a argumentação: “Mesmo quem está na Paulista defendendo a anistia, acha que deveria ter uma pena diferente para quem liderou o 8 de janeiro e para quem simplesmente estava ali e não promoveu atos de vandalismo e violência”.