Forbes: veja as relações entre bilionários brasileiros e nomes da política nacional

Forbes: veja as relações entre bilionários brasileiros e nomes da política nacional

A revista Forbes divulgou a lista das pessoas mais ricas do mundo e, entre 3.028 nomes, 56 são brasileiros

Em uma lista de 3.028 pessoas que detém fortuna bilionária, divulgada pela revista Forbes nesta terça-feira, 1º, 56 brasileiros conseguiram chegar ao ranking. Na primeria publicação da lista, na terça-feira, estavam 47 brasileiros, mas com uma atualização nesta quarta-feira, 3, a lista conta com 56 bilionários vindos do Brasil. 

A principal atualização é que o cofundador do Facebook, Eduardo Saverin, desbancou o colombiano David Vélez, CEO do Nubank, e voltou ao topo da lista, com US$ 34.5 B, aproximadamente R$ 155,9 bilhões.

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Saverin é seguido por Vicky Safra e família, com US$20.7 B, (R$ 110,1 bilhões), e Jorge Paulo Lemann e família, com US$ 17 bilhões (R$ 91,8 bilhões). O levantamento também aponta o papel central de empresas como WEG, Itaú Unibanco e Rede D'Or na formação de boa parte dessas fortunas.

Além do crescimento patrimonial, o histórico de alguns bilionários revela proximidade ou envolvimento direto com o cenário político nacional, inclusive em casos associados à Operação Lava Jato.

Joesley e Wesley Batista 

Os irmãos bilionários Wesley e Joesley Batista estão no 948º lugar na lista, ambos com US$ 3,8 bilhões. São sócios na J&F, holding que tem o controle da JBS. Eles começaram as jornadas profissionais na empresa aos 17 e 16 anos, respectivamente.

Em 2017, Joesley foi preso após um desdobramento da Operação Lava Jato que investigou casos de corrupção e pagamentos de propina no Brasil. Ele e seu irmão Wesley concordaram em pagar uma multa deUS$US$3.2 bilhões às autoridades brasileiras devido ao ocorrido e fecharem um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Na delação, os empresários admitiram o envolvimento do grupo em atos de corrupção.

Andre Esteves

André Esteves é o 487º bilionário da lista, com uma fortuna de US$ 6,9 bilhões. Ele também enfrentou acusações no âmbito da Operação Lava Jato. O banqueiro chegou a ser preso preventivamente sob suspeita de obstrução da justiça e foi transferido para o presídio de Bango, no Rio de Janeiro. No entanto, em 2018, foi absolvido das acusações e retornou ao comando do BTG Pactual como presidente do conselho e sócio sênior.

Começou sua carreira no banco de investimento brasileiro Pactual. Em 2006, o Banco Pactual foi vendido ao UBS, e ele foi nomeado CEO e presidente do UBS Pactual. Posteriormente, em 2009, liderou a recompra do banco, que passou a se chamar BTG Pactual.

Walter Salles

O cineasta Walter Moreira Salles Júnior, mais conhecido como Walter Salles, aparece ao lado dos irmãos Fernando, Pedro e João, com patrimônio estimado em US$ 4,6 bilhões (25,8 bilhões de reais).

Vencedor do Oscar de melhor filme internacional com Ainda Estou Aqui, Walter Salles é responsável por títulos como Central do Brasil (indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional em 1998) e Diários de Motocicleta, sobre a juventude de Che Guevara.

Durante a campanha do filme Ainda Estou Aqui, no qual retrata uma família no início da década de 1970 enfrentando a retaliação da ditadura militar, o cineasta destacou, em entrevista a CNN, que o filme não seria produzido no governo de Jair Bolsonaro (PL). "O filme levou sete anos porque durante quatro anos, o país virou para a extrema-direita e nunca teríamos tido a possibilidade de filmar durante esse período. Portanto, o filme é produto do retorno da democracia no Brasil", disse.

Seu pai, Walther Moreira Salles, é fundador do Unibanco e já foi ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Em 2008, o Unibanco foi incorporado ao Itaú, então o segundo maior banco comercial do país, resultando na criação do Itaú Unibanco, atualmente considerado a maior instituição bancária da América Latina.

José João Abdalla Filho

José João Abdalla Filho é herdeiro de J. J. Abdalla, empresário e político que construiu um conglomerado nos setores imobiliário e têxtil. Ele se encontra na 1141º posição, com US$3.2 bilhões. Na década de 1950, o grupo liderado por seu pai se consolidou como um dos maiores produtores de cimento do Brasil, empregando mais de 40 mil pessoas à época.

Com os recursos herdados, Abdalla Filho fundou o Banco Clássico, instituição financeira que atualmente detém participações relevantes em grandes empresas brasileiras. Entre elas, destaca-se uma fatia de 5% na Eletrobras — maior companhia de energia elétrica do país — e quase 7% na Cemig, conglomerado do setor energético com mais de 200 subsidiárias.

Luciano Hang

Com US$ 2 bilhões de fortuna, Hang ocupa a 1763º posição no ranking. Aliado de primeira ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desde 2018, quando ficou conhecido por apoiar o então candidato à Presidência. Em janeiro de 2024, foi condenado ao pagamento de R$ 85 milhões em indenização por coagir funcionários a votarem em Bolsonaro naquele ano.

A proximidade com Bolsonaro fez com que o empresário cogitasse se candidatar ao Senado em 2022. Acusado pela CPI da Covid por disseminar fake news sobre o tratamento da doença, desistiu de disputar o cargo em março daquele ano. Hang, agora, está inelegível por oito anos.

Família Marinho

Joao Roberto Marinho, Jose Roberto Marinho e Roberto Irineu Marinho estão na 1.219º posição da lista com U$ 3 bilhões, equivalente a R$ 14,5 milhões. Eles controlam o grupo Globo, maior grupo de mídia do Brasil.

O jornalista Irineu Marinho lançou o jornal O Globo em 1925. Após seu falecimento, 25 dias depois da primeira publicação, o amigo e também jornalista Euricles de Matos assumiu. Roberto Irineu Marinho, o filho mais velho, atualmente é o presidente do Conselho de Administração do Grupo Globo e seu presidente executivo.

O Grupo Globo inclui a maior emissora do Brasil, a Rede Globo; a maior empresa de jornais do Brasil e a Globosat, a maior provedora de TV paga do Brasil. O grupo apoiou a Ditadura Militar de 1964 e a intervenção militar. Na época, justificavam a intervenção dos militares pelo temor de um outro golpe, a desfechado pelo presidente João Goulart.

Em 2019, a Globo teve que responder publicamente as ofensas que o então presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), fez contra a emissora. “A Globo não fez patifaria nem canalhice. Fez, como sempre, jornalismo com seriedade e com responsabilidade", dizia a resposta.

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