Relator vota para cassar mandato de Glauber Braga por chutar militante do MBL
Conselho de Ética deve retornar ao assunto na próxima semana. São necessários 257 votos para confirmar cassação do mandato
O deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), relator do processo contra o deputado Glauber Braga (Psol-RJ), votou a favor da cassação do mandato, nesta quarta-feira, 2. Decisão causou tumulto durante sessão do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
Segundo Magalhães, Glauber Braga “extrapolou os direitos inerentes ao mandato, abusando, assim, das prerrogativas que possui” por ocorrido em abril de 2024, quando Braga expulsou, aos chutes, o militante do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro da Câmara.
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“Portanto, é imperioso admitir que o representado, com seus atos, efetivamente incidiu na prática da conduta, sendo cabível, no caso sob exame, a sanção da perda do mandato", declarou o relator.
A expectativa é que o texto seja votado na próxima semana, após pedido de vista (mais tempo para análise) feito por Chico Alencar (Psol-RJ) nesta quarta-feira.
Em sua defesa, Glauber chamou Costenaro de "provocador", afirmou que essa conduta faz parte do "modus operandi" do MBL e lembrou da posição de um dos líderes da bancada da bala, Alberto Fraga, que disse que se o fato ocorresse com ele, iria "quebrar na porrada" o manifestante.
Parlamentares se manifestaram contra a decisão de Paulo Magalhães, e interromperam o parecer do parlamentar com gritos de “Glauber fica!”.
A deputada federal Fernanda Melchionna (Psol-RS) foi uma que se manifestou durante a sessão. Ela escreveu em suas redes sociais que decisão de Magalhães era “inadmissível”.
Fernanda cita o caso de Chiquinho Brazão (União-RJ), acusado de mandar matar Marielle Franco, que segue com mandato. Chiquinho está preso há mais de um ano sob a acusação de ser o mandante do assassinato da ex-vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ainda mantém o mandato parlamentar enquanto o plenário não julga a representação contra ele.
“Relator vota para CASSAR o mandato de Glauber Braga no Conselho de Ética! Enquanto Chiquinho Brazão, acusado de ser mandante de assassinato, segue com mandato, a Câmara persegue um parlamentar combativo de esquerda. Isso é INADMISSÍVEL e um ato claro de perseguição política. Vamos à luta para reverter esse absurdo!”, afirma a deputada.