Pré-candidato a presidente, Caiado se diz contra impeachment de ministros do STF
O governador de Goiás ainda refutou o argumento de que o país vive uma ditadura, como dizem os aliados de Bolsonaro
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), disse ser contra o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Caiado que é apontado como provável candidato ao Palácio do Planalto em 2026.
Segundo o governador, o impedimento de magistrados da Suprema Corte brasileira não atende aos interesses da população, precisando ser superado no debate político. As declarações do político foram dadas ao portal Metrópoles, que destacou também que não trabalhará para o impedimento dos ministros da Corte caso assuma o comando do executivo.
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Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (que foi tornado réu na última quarta-feira, 26, pelo STF), o governador vem gradualmente se afastando do clã Bolsonaro, com os primeiros sinais da ruptura surgindo ainda em 2024, quando ambos apoiaram candidatos diferentes na disputa pela Prefeitura de Goiânia.
Na disputa pela Capital do estado, Sandro Mabel (União), candidato apoiado por Caiado, foi eleito prefeito de Goiânia (GO) com 353.518 votos, ou 55,53% dos votos válidos, enquanto o Fred Rodrigues (PL) candidato de Jair Bolsonaro, obteve 283.054 votos (44,47%).
Tentando se diferenciar do bolsonarismo, Caiado critica tanto o governo Lula como as posições da oposição. “Se nós continuarmos alimentando isso no Brasil, a quem interessa? A mídia não fala em outra coisa. Faz dois anos e quatro meses que o atual governo não governa, não trabalha. Só fala de 8 de Janeiro, e agora [a oposição] só fala em caçar ministro. A que ponto nós estamos chegando? Você acha que isso é governar o país? Você acha que isso é meta de campanha?”, afirmou Caiado.
A fala do goiano pode ser vista como um aceno ao Judiciário. É ainda uma forma de mostrar uma direita mais moderada e “civilizada” que o bolsonarismo. Prova disso é a divergência de Caiado ao rejeitar a ideia de que exista uma “ditadura do Judiciário”, como dizem os apoiadores de Bolsonaro.
“Tentar rotular um Poder, de maneira alguma, como democrata que sou, rotularei. Existe um descontentamento, por parte do ex-presidente [Bolsonaro], em relação à maneira como está sendo conduzido o processo. Mas, até aí, ser dito ‘ditadura’, não acredito que seja uma ditadura. Acho que deverá ser dada a oportunidade de fazer uma ampla defesa”, disse o governador.
Eleição 2026: "divórcio" entre Caiado e Bolsonaro
As divergências entre ambos políticos reforçam ainda mais que a direita deve andar dividida no próximo pleito presidencial. Além de Caiado, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), também é cotado para disputa presidencial, pois assim como o homólogo de Goiás, ele também está no segundo mandato e não pode disputar a reeleição em 2026.
Junto com os dois governadores, o atual chefe do executivo paulista, Tarcísio de Freitas, também é citado como o possível candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Outra ala dos aliados do presidente defende que o filho do ex-presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL).
Largando na dianteira no campo da direita, a pré-candidatura de Caiado será lançada no próximo dia 4 de abril, em Salvador, com o slogan “Coragem para endireitar o Brasil” e a benção do ex-prefeito da capital baiana, ACM Neto (união), que deve ser mais uma vez candidato ao governo da Bahia.