Juíza do Ceará é homenageada ao lado de Fernanda Torres e Fernanda Montenegro no Senado

Juíza do Ceará é homenageada ao lado de Fernanda Torres e Fernanda Montenegro no Senado

A entrega do diploma Bertha Lutz ocorre nesta quinta-feira, 27. São homenageadas mulheres que tiveram destaque na luta feminina, empreendedorismo, cultura e igualdade social

O Senado Federal homenageia nesta quinta-feira, 27 de março, 19 mulheres por atuação pela luta das mulheres e a igualdade de gênero. O diploma Bertha Lutz é entregue a personalidades como as atrizes Fernanda Montenegro e Fernanda Torres. Entre elas estará a juíza da 1ª Vara da Comarca de Pacatuba, Bruna dos Santos Costa Rodrigues. O diploma Bertha Lutz leva o nome de uma pioneira da luta por igualdade de gênero, com foco nas mulheres.

A homenagem é feita anualmente, no mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, em 8 de março. O diploma reconhece mulheres que, ativa, direta ou indiretamente, contribuíram para que as mulheres tivessem voz na profissão, na família e para terem os direitos reconhecidos.

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Quem foi Bertha Lutz?

Nascida em São Paulo, em 2 de agosto de 1894, Bertha Lutz foi uma ativista pelos direitos políticos das mulheres, como  votar e ser votada. Filha da enfermeira Amy Fowler e do cientista Adolfo Lutz, Bertha estudou na Europa e se graduou em Biologia pela Sorbonnem na França.

O lugar e a época em que ela cresceu lhe deram o primeiro contato com a campanha pelo sufrágio inglês, iniciando assim o contato com o feminismo e a atuação política.

No retorno ao Brasil, trabalhou como bióloga no Museu Nacional e, junto com outras mulheres, iniciou movimentos pelo sufrágio feminino no País. Em 1919, ela criou a Liga para a Emancipação Intelectual Feminina, o movimento-piloto da Federação Brasileira para o Progresso Feminino (FBPF).

O ativismo político de Bertha lhe deu a oportunidade de representar as mulheres brasileiras na Assembleia Geral da Liga das Mulheres Eleitoras dos Estados Unidos, em 1922, onde foi eleita vice-presidente da Sociedade Pan-Americana. Dez anos depois, por decreto-lei do presidente Getúlio Vargas, foi instituído o direito ao voto feminino no Brasil.

Em 1933, foi candidata a deputada federal e ficou como primeira suplente. Com a morte do titular, Cândido Pessoa, ela assumiu o mandato na Câmara Federal em julho de 1936, até o fechamento do Congresso Nacional, em novembro de 1937, pela ditadura do Estado Novo.

A atuação de Bertha como parlamentar foi marcada pela defesa de mudanças na legislação referente ao trabalho de mulheres e menores de idade, visando, além da equiparação salarial, três meses de licença para gestantes e a redução da jornada de trabalho, então de 13 horas diárias.

Bertha Lutz morreu em 16 de setembro de 1976, e teve como último ato político integrar a delegação do país no primeiro Congresso Internacional de Mulheres, realizado na capital do México em 1975, instituído pela ONU como Ano Internacional da Mulher.

A presença de Fernanda Torres e Fernanda Montenegro

A atriz Fernanda Torres estrelou ao lado da mãe, Fernanda Montenegro, o filme Ainda estou aqui, do diretor Walter Salles, que lhe rendeu o Globo de Ouro de melhor atriz e uma indicação ao Oscar na mesma categoria.

A história do filme retrata a família Paiva, após o desaparecimento de Rubens Paiva, levado pela polícia durante a ditadura militar. Eunice Paiva, esposa de Rubens, é retratada quando jovem por Fernanda Torres. Quando chega à velhice, Fernanda Montenegro assume o papel. O filme não só relata o desaparecimento do patriarca da família Paiva, mas também mostra o luto silencioso de Eunice e a luta por justiça após o sequestro do marido.

Importância para o Estado do Ceará

A juíza Bruna dos Santos Costa Rodrigues, da 1ª Vara da Comarca de Pacatuba, recebe o diploma como representante da Justiça. A atuação da magistrada é voltada para o combate ao racismo, a garantia dos direitos humanos em especial os direitos femininos, engajada em questões sociais. Participa do Comitê Multissetorial para a Promoção de Políticas Públicas Judiciais de Atenção às Pessoas em Situação de Rua (PopRuaJud), projeto que facilita os atendimentos jurídicos a pessoas em vulnerabilidade social.

Veja a lista com todas as homenageadas

  • Ani Heinrich Sanders: Produtora rural do estado do Piauí, indicada pela senadora Jussara Lima (PSD-PI)
  • Antonieta de Barros (in memoriam): Primeira mulher negra a ser eleita deputada no Brasil, pelo estado de Santa Catarina. Foi indicada pela senadora Ivete da Silveira (MDB-SC)
  • Bruna dos Santos Costa Rodrigues: Juíza no Tribunal de Justiça do estado do Ceará, indicada pela senadora Augusta Brito (PT-CE)
  • Conceição Evaristo: Escritora e membro da Academia Mineira de Letras, indicada pela senadora Teresa Leitão (PT-PE)
  • Cristiane Rodrigues Britto: Advogada e ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Foi indicada pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF)
  • Elaine Borges Monteiro Cassiano: Reitora do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), indicada pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS)
  • Elisa de Carvalho: Pediatra, professora universitária e membro da Academia de Medicina de Brasília, indicada pela senadora Dra. Eudócia (PL-AL)
  • Fernanda Montenegro: Atriz, indicada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre
  • Fernanda Torres: Atriz e escritora, indicada pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA)
  • Janete Ana Ribeiro Vaz: Empreendedora e cofundadora do Grupo Sabin, indicada pela senadora Leila Barros (PDT-DF)
  • Jaqueline Gomes de Jesus: Escritora, professora e primeira gestora do sistema de cotas para negros da Universidade de Brasília (UnB). Foi indicada pela senadora Zenaide Maia (PSD-RN)
  • Joana Marisa de Barros: Médica mastologista e imaginologista mamária no estado da Paraíba, indicada pela senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB)
  • Lúcia Willadino Braga: Neurocientista e presidente da Rede Sarah, indicada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre
  • Maria Terezinha Nunes: Coordenadora da Rede Equidade e ex-cordenadora do Programa Pró-equidade de Gênero e Raça do Senado. Foi indicada pela Bancada Feminina
  • Marisa Serrano: Ex-senadora, indicada pela senadora Tereza Cristina (PP-MS)
  • Patrícia de Amorim Rêgo: Procuradora de Justiça do Ministério Público do Estado do Acre, indicada pelo senador Sérgio Petecão (PSD-AC)
  • Tunísia Viana de Carvalho: Mãe de Haia (caso de subtração internacional de criança) e ativista dos direitos maternos e infantojuvenis, indicada pela senadora Mara Gabrilli (PSD-SP)
  • Virgínia Mendes: Filantropa e primeira-dama de Mato Grosso, indicada pela senadora Margareth Buzetti (PSD-MT)
  • Viviane Senna: Filantropa e presidente do Instituto Ayrton Senna, indicada pela senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO)

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