Cearense vira réu no STF ao lado de Bolsonaro; outros dois aguardam julgamento

Cearense vira réu no STF ao lado de Bolsonaro; outros dois aguardam julgamento

Estevam Theophilo e Rodrigo Azevedo integram o Núcleo 3 da denúncia da PGR por suposta participação em plano de teor golpista

Após um julgamento de dois dias, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nessa quarta-feira, 26, por unanimidade, tornar réu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete nomes. Entre eles, o cearense Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa.

A decisão ocorre após análise de denúncia da Procuradoria-Geral da República, que indiciou 34 nomes, acusados de planejarem uma suposta trama golpista na corrida para as eleições gerais de 2022.

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Natural de Iguatu, o ex-ministro integra o Núcleo 1 da denúncia, denominado de “núcleo crucial”. Ele atuou na pasta ao longo do último ano do mandato do ex-presidente, quando assumiu o lugar do general Walter Braga Netto, que deixou a função para disputar como vice na chapa de Bolsonaro nas eleições para a presidência.

Segundo a CNN Brasil, a defesa do general afirmou na terça-feira, 25, que o militar teve a responsabilidade de evitar uma “doideira” e “uma ruptura”.

No julgamento, o advogado Andrew Fernandes questionou como Paulo Sérgio poderia ter participado do plano de teor golpista já que ele assessorava Bolsonaro a não fazer uma “doideira”.

“Como ele integrava uma organização criminosa se ele assessorava o presidente a não fazer nada, se ele era totalmente contra golpe de Estado, se ele temia que uma doideira fosse assinada, se ele não integrava o gabinete de gestão de crise?”, perguntou o advogado.

Outros dois cearenses podem se tornar réus

Outros dois cearenses denunciados pela PGR podem vir a ser réus no STF: o general Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira e o tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, integrante dos "kids pretos". Ambos integram o Núcleo 3, de “ações táticas”, integrado por militares.

Estevam Theophilo é ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército (Coter), o general cearense é acusado, segundo investigação da Polícia Federal (PF), de se reunir com Bolsonaro para discutir apoio a um golpe de Estado, em dezembro de 2022. Mensagens detalhando o encontro foram encontradas no celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e que fez acordo de delação premiada.

Já Rodrigo Azevedo fazia parte, de acordo com a denúncia, do que a PGR chamou de "ações coercitivas foram executadas por membros das forças de segurança pública que se alinharam ao plano antidemocrático".

As investigações apontaram que um grupo formado pelo tenente-coronel Rodrigo Azevedo, além de Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Wladimir Matos Soares, "lideraram ações de campo voltadas ao monitoramento e neutralização de autoridades públicas".

Ele também integrava o grupo "kids pretos", militares do Exército Brasileiro treinados em Operações Especiais, conhecidos por usar gorros pretos durante missões.

Núcleo 1 da denúncia

Iniciado na terça-feira, 25, às 9h30min, o julgamento da denúncia foi realizado pela Primeira Turma do STF, composta por cinco ministros: Alexandre de Moraes (relator do caso), Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

Nesse primeiro momento, a Corte analisou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o núcleo 1, o qual o ex-presidente Bolsonaro faz parte, além de:

  • Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha do Brasil;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
  • General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência;
  • Mauro Cid, ex-chefe da Ajudância de Ordens da Presidência;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.

Próximos julgamentos

Núcleo 2 - dias 29 e 30 de abril

  • Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF);
  • Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça na gestão de Anderson Torres;
  • Fernando de Sousa Oliveira, delegado da PF e ex-secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do DF;
  • Mário Fernandes, ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência, general da reserva, além de homem de confiança do ex-presidente;
  • Marcelo Costa Câmara, coronel da reserva e ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro;
  • Filipe Garcia Martins Pereira ex-assessor especial de Assuntos Internacionais do ex-presidente da República.

Núcleo 3 - dias 20  e 21 de maio

  • Estevam Gaspar de Oliveira, general do Exército;
  • Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército;
  • Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel do Exército;
  • Rodrigo Bezerra de Azevedo, tenente-coronel do Exército;
  • Wladimir Matos Soares agente da Polícia Federal;
  • Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército;
  • Cleverson Ney Magalhães, coronel da reserva do Exército;
  • Fabrício Moreira de Bastos, coronel do Exército;
  • Marcio Nunes de Resende Júnior, coronel do Exército;
  • Nilson Diniz Rodriguez, general do Exército;
  • Sérgio Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel do Exército
  • Ronald Ferreira de Araújo Júnior, tenente-coronel do Exército

Núcleo 4 - dias 6 e 7 de maio

  • Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão reformado;
  • Ângelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército;
  • Carlos César Moretzsohn Rocha, engenheiro e presidente do Instituto Voto Legal;
  • Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente do Exército;
  • Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel do Exército;
  • Marcelo Araújo Bormevet, policial federal e ex-membro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Núcleo 5 - data ainda não divulgada

  • Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, empresário e neto do ex-presidente do período ditatorial João Figueiredo.

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