Bolsonaro diz que vai 'dar trabalho' se for preso

Bolsonaro diz que vai 'dar trabalho' se for preso

Segundo o ex-presidente o Supremo Tribunal Federal têm algo contra ele e fala em "criatividade" na acusação

Logo após ter se tornado réu pelo plenário da primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira, 26, o ex-presidente Jair Bolsonaro falou a jornalistas em uma das entradas do Senado Federal. Durante a entrevista, o político chamou a denúncia de “absurda” e falou em “criatividade” da acusação, destacando pontos já levantados e refutados pelo juízes da corte durante seus votos.

“Vivemos um momento especial no Brasil por causa da criatividade de alguns”, disse Bolsonaro que ainda disse que decidiu não ir ao Supremo no segundo dia do seu julgamento, por, segundo ele, saber o desfecho do caso. “Hoje resolvi não ir! Motivo? Obviamente eu já sabia o que iria acontecer!”

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

Enquanto falava aos jornalistas, Bolsonaro mais uma vez repetiu que os ataques de 8 de janeiro de 2023 não configuraram uma tentativa de golpe. Para defender seu argumento, o ex-chefe do Executivo federal disse que se reuniu com o atual ministro da Defesa, Múcio Monteiro, durante a transição de governo.

“Ele se reuniu comigo pedindo para que tivesse mais acesso aos respectivos ministérios. No dia seguinte ele foi atendido em tudo. Voltou depois, e no dia seguinte foi atendido em tudo e pediu que eu nomeasse os comandantes militares indicados pelo presidente eleito, Lula. Foi o que eu fiz”, disse Bolsonaro.

E completou: “Em dezembro, nomeamos dois comandantes, o outro foi mais no final. Atendi ao presidente Lula. Se eu tivesse qualquer ideia de força, eu não deixaria os comandantes do Lula assumir”.

Ainda citando o atual ministro da Defesa, Bolsonaro disse que se reuniu com Múcio no Alvorada em novembro de 2022, e que segundo ele o ministro pediu que o presidente interviesse para garantir o acesso ao governo de transição aos ministérios.

O ex-presidente disse ainda que a discussão hipotética sobre o uso de dispositivos constitucionais não é proibida. Nas redes sociais de apoiadores do ex-presidente, levantavam-se possibilidades da uso de estado de defesa ou estado de sítio para tentar permanecer no poder. A Constituição autoriza apenas em situações excepcionais, como grave instabilidade institucional ou guerra e sob autorização do Congresso Nacional. Ainda assim esses mecanismos não podem reverter eleições.

Continuando a se defender, Bolsonaro disse que no dia 2 de novembro de 2022 fez um pronunciamento à nação onde falou da eleição, pedindo calma à população.

O ex-presidente ainda argumentou que gravou um vídeo que foi divulgado nas redes sociais pedindo a desmobilização e desobstrução das vias por caminhoneiros após a derrota eleitoral.

“As manifestações pacíficas sempre serão bem vinda, mas nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população. Como invasão de propriedade, destruição de patrimônio, cerceamento do direito de ir e vir”, disse o ex-presidente.

E completou: “Eu fiz um vídeo pedindo para que eles desmobilizassem, eu não tinha intenção nenhuma em parar o Brasil. Estavam pensando em outra coisa. Eles cumpriram esse pedido meu”.

No começo da fala à imprensa, Bolsonaro alegou que o Supremo Tribunal Federal tem questões pessoais contra devido à gravidade das acusações. “Parece que tem algo pessoal contra mim. E a acusação é muito grave, e infundada”, disse o ex-presidente.

Ainda durante a fala, Bolsonaro disse que será um problema se for preso. “Se eu for preso for preso vou dar trabalho. Eu disse (no final do mandato), vão sentir saudade de mim, como estão sentindo hoje”.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

Jair Bolsonaro STF Alexandre de Moraes

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar