Quem é Débora Rodrigues e por quais crimes foi acusada após pichação na estátua da Justiça
Com o inicio do julgamento Débora, e com a possível pena de 14 anos de prisão, o debate entorno da condenação se intensifica nas redes sociais
Conhecida pelas imagens que registraram sua pichação utilizando um batom, nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, Débora Rodrigues se tornou um símbolo para bolsonaristas que questionam as penas aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) aos acusados na tentativa de golpe de estado.
Natural de Irecê na Bahia, Débora morava em Paulínia, no interior de São Paulo, com o Marido Nilton Cesar dos Santos e os dois filhos do casal, de 6 e 11 anos, até antes da prisão preventivamente em março de 2023, durante a oitava fase da Operação Lesa Pátria, conduzida pela Polícia Federal.
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Até o momento Débora se encontra presa no Centro de Ressocialização Feminina no município de Rio Claro no interior de São Paulo.
Com a prisão da mulher, as crianças estão aos cuidados de Nilton, que sustenta a casa com a renda de pintor. Frequentadora da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Débora exercia a profissão de cabeleireira.
Segundo os parentes, Débora é uma mulher “Cristã, justa, honesta e que sempre defendeu a família”.
“Perdeu Mané”
A polêmica frase que Débora pichou na estátua “a Justiça”, que fica na frente do prédio do Supremo, ficou conhecida após uma fala do juiz da Corte, Luís Roberto Barroso, responder a manifestantes bolsonaristas que o hostilizaram durante uma visita aos Estados Unidos. Na ocasião Barroso disse que há uma mulher "Perdeu, mané, não amola!"
No dia da manifestação bolsonarista, Débora foi fotografada escrevendo a frase no monumento do Judiciário com um batom vermelho, se tornando ré pela Corte em 9 de agosto de 2024.
Em janeiro de 2025, Débora escreveu uma carta pedindo desculpas a Alexandre de Moraes pela ação de vandalismo. No documento, ela disse desconhecer o valor da obra, que é avaliada entre R$ 2 e 3 milhões, argumentando também que outra pessoa começou a pichar a estátua, mas pediu para que ela continuasse por considerar sua letra feia.
Acusada por quais crimes?
Em 2 de julho de 2024, a Procuradoria Geral da República (PGR) denunciou Débora pelos crimes de tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado, associação criminosa armada, além de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Embora o debate nas redes sociais gire em torno da dura pena por vandalismo, o crime é análogo a dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Ela foi acusada pelos crimes de:
- Associação criminosa armada
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Golpe de Estado
- Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável
- prejuízo para a vítima
- Deterioração de patrimônio tombado
Sobre o julgamento
O julgamento de Débora teve início no último dia 21 de março no plenário virtual da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Até a manhã desta segunda-feira, 24, o placar está em dois a zero para a condenação de Débora.
O juiz Alexandre de Moraes, que é o relator do processo e o juiz Flávio Dino, foram os únicos que votaram até o momento, e ambos votaram pela condenação de Débora a 14 de detenção em regime fechado.
Ainda durante a manhã desta segunda, o juiz Luiz Fux pediu vistas sobre o processo para analisar o caso com mais tempo, suspendendo o julgamento da cabeleireira. O juiz tem até três meses para liberar o processo para julgamento.