Campo de Esquerda decide apresentar candidatos e PT no Ceará deve ter disputa
Campo defende maior participação de petistas históricos em decisões internas, mas nega que seja oposição ou que pregue desunião dentro do Partido dos Trabalhadores
Um grupo político denominado Campo da Esquerda, que faz parte do Partido dos Trabalhadores (PT) definiu que deverá lançar candidatura própria nas eleições do partido, em relação à Capital e ao Estado. A decisão foi tomada em reunião realizada no último domingo, 23. Parte de outro grupo dentro do partido, o deputado José Guimarães (PT) já defendeu que ele e o atual presidente, Antonio Alves, o Conin, devam conduzir o processo de indicação de um candidato.
Apesar da disso, garante a vereadora por Fortaleza Professora Adriana Almeida (PT), a ideia não é rivalizar, mas buscar unidade dentro do partido. "A nossa ideia não é competir com ninguém, nossa ideia é colocar os nossos nomes para trabalhar uma unidade e fortalecer o PT por dentro. Dentro dos princípios, dentro de um PT de esquerda, em cima do que a gente acredita, mas os nossos nomes estão colocados", afirmou ao O POVO.
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A parlamentar disse que o Campo irá fazer uma plenária no próximo dia 3 de abril, onde serão definidos os caminhos a serem tomados pelo grupo. "Avançar em relação aos nomes, definir a nossa participação, como vai ser a nossa participação nesse processo eleitoral", acrescentou.
As eleições internas no PT, que definem presidências estadual e municipal, ocorrem em sistema de Processo de Eleição Direta (PED), com eleição marcada para o dia 6 de julho.
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Para a também vereadora da Capital, Mari Lacerda, o Campo desempenha papel de reforço de bandeiras históricas e legados do partido. "Acredito que o Campo de Esquerda desempenha um papel crucial no fortalecimento da trajetória de luta e resistência do Partido dos Trabalhadores, reforçando suas bandeiras históricas e os legados do partido, que têm transformado a vida da maioria do povo brasileiro", explicou.
Nomes ventilados
O Campo da Esquerda aponta ter nomes com "credibilidade e muita condição de disputar" o pleito em julho. Conversando com alguns integrantes, os principais nomes citados são o da deputada Luizianne Lins. São citados ainda: as vereadoras por Fortaleza, Mari Lacerda e Professora Adriana Almeida, o ex-candidato em Caucaia, Waldemir Catanho, a vice-presidente do PT de Fortaleza Liliane Araújo, a dirigente do PT Fortaleza, Wladia Fernandes, e os membros da Executiva do partido, Walmik Ribeiro e Paulo Assunção.
Oposição?
O Campo foi criado em 2024, liderado por Luizianne, reunindo uma série de petistas que se mostraram insatisfeitos com algumas decisões e caminhos tomados pela legenda nos últimos tempos. O ponto de partida foi o processo interno que definiu Evandro Leitão (PT) como candidato à Prefeitura de Fortaleza frente a Luizianne, que também tentava se viabilizar. A concentração de poder nas mãos do ministro Camilo Santana e a falta de poder de decisão em relação às definições partidárias foram problemas alegados pelo grupo quando foi lançado.
Apesar disso, integrantes insistem que não devam ser encarados como oposição, sob a alegação que buscam sim conversar alinhamento maior e mais proximidade com Camilo, o prefeito de Fortaleza Evandro Leitão e o governador Elmano de Freitas, por exemplo.
"O Campo de Esquerda está aberto para dialogar com todos os grupos internos que respeitam a militância petista e constroem com dignidade o PT. Vamos buscar conversar com todas as forças políticas petistas que querem que o PT continue sendo um instrumento de luta da classe trabalhadora brasileira. Queremos a unidade do partido, mas com base nos valores que estão nas raízes fundantes do partido", explicou Lacerda.