Interpol e EUA negam pedido de Moraes contra o bolsonarista Allan dos Santos
Foragido do Brasil desde outubro de 2021, Allan dos Santos esteve em evento nos EUA para celebrar a posse de Donald Trump para seu segundo mandato
11:05 | Mar. 24, 2025

A Organização de Polícia Criminal (Interpol) e o Departamento de Estado dos Estados Unidos afirmam que são insuficientes as evidências de crimes reunidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra o jornalista Allan dos Santos.
Devido a isso, conforme o Poder 360, o pedido de extradição não foi atendido, além do nome de Allan não ter sido divulgado como foragido internacional. No caso de Allan, o Brasil requereu que o seu nome fosse adicionado à lista de difusão vermelha (alerta vermelho ou “red notice”, em inglês), o que não foi atendido.
A Interpol não investiga nem prende ninguém por conta própria. O responsável por esse processo é o país-membro, nesse cenário, o Brasil. Caso a organização atenda à solicitação, ela emite uma notificação divulgando globalmente o nome do investigado para que todas as polícias nacionais fiquem cientes que se trata de alguém procurado.
Segundo a revista Oeste, o Departamento de Estado dos EUA afirmou que atenderia à solicitação apenas “em parte dos delitos” que foram atribuídos ao jornalista, mas apenas se forem dadas explicações sobre as acusações de “organização criminosa” e “lavagem de dinheiro”.
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O jornalista, que é foragido no Brasil, fez aparição em evento para celebrar a posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicanos), em janeiro deste ano. O evento ocorreu na sede do jornal The Washington Times, localizado na capital norte-americana.
Na ocasião, Allan posou ao lado do senador Jorge Seif (PL-SC), do ex-comentarista da Jovem Pan, Paulo Figueiredo, e do jornalista Luís Ernesto Lacombe. No fim do ano passado, o blogueiro chegou a compartilhar, nas redes sociais, que se tornou motorista por aplicativo.
Entenda o caso
Em 2021, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos. À época, a decisão orientava também para que o Ministério da Justiça iniciasse o processo de extradição do dono do portal, hoje inativo, Terça Livre.
O jornalista está nos Estados Unidos desde meados de 2020. Ele é alvo de dois inquéritos na Suprema Corte: o das fake news e o das milícias digitais. No primeiro caso, Allan é investigado por supostamente integrar rede de divulgação de desinformação e ataques aos ministros do STF.
O segundo apura a sua participação em uma espécie de milícia digital. Allan nega todas as acusações e diz ser vítima de censura.
Segundo apuração da Polícia Federal (PF), um grupo que Allan integrava utilizaram as redes sociais para pregarem de forma deliberada:
- O fim de instituições democráticas, como a democracia representativa (busca queda de prefeitos e governadores eleitos e o fechamento do Congresso Nacional);
- O fim da tripartição dos poderes (defendem o fechamento do Supremo Tribunal Federal como forma de garantia de governabilidade pelo presidente da República);
- Intervenção militar.