Vereador de SC diz que choro de Jair Renan Bolsonaro não passa de encenação e vitimização

Vereador de SC diz que choro de Jair Renan Bolsonaro não passa de encenação e vitimização

Autor de discurso que fez com que filho de Bolsonaro fosse à tribuna discursar, emocionado, petista Eduardo Zanatta concedeu entrevista ao OP News

O vereador do município de Balneário Camburiú (SC), Eduardo Zanatta (PT), afirmou que o choro de Jair Renan Bolsonaro (PL) na Câmara Municipal não passou de teatro e vitimização. O parlamentar comentou o caso na 1ª edição do OP News desta sexta-feira, 21.

Zanatta, único vereador do Partido dos Trabalhadores no município catarinense, teve participação direta na causa da fala de Renan. No dia anterior, ele foi à tribuna e chamou de fuga a licença de Eduardo Bolsonaro na Câmara Federal, afirmando que ele teme ser preso.

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O discurso mexeu com os ânimos de alguns parlamentares presentes, dentre eles de Jair Renan, também filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e meio-irmão de Eduardo. Na sessão seguinte, Jair Renan foi à tribuna e, em discurso aparentemente emocionado, disse que foi duro ter visto o discurso do irmão e a emoção do pai, classificando ainda a situação de Eduardo como "exilado" do país. "Quando atacar uma pessoa, ataque a pessoa, não um familiar. O que aconteceu ontem foi uma atitude baixa, mesquinha", completou, em referência à Zanatta.

Nada pessoal

Sobre a situação, Zanatta disse ter sido citado anteriormente sobre o caso do deputado agora licenciado Eduardo Bolsonaro. "Que fique claro, isso não tem nada a ver com família ou relação familiar. Eu falei do caso de um deputado federal que está fazendo teatro, se licenciando e se vitimizando para ir falar mal do Brasil em outro país. Falei de um parlamentar, figura pública", disse ao programa.

O vereador foi questionado também sobre a atuação de Jair Renan em seu primeiro mandato como vereador. "Ele tem uma atuação parlamentar no plenário que é pífia, nunca discutiu um projeto de lei, nunca discutiu nenhum tema relevante para a cidade, a única vez que ele subiu à tribuna foi para nos responder e falar da família. Então, a gente já tem um mérito, que é pelo menos fazer ele falar", disse.

A cena de Jair Renan discursando acabou viralizando nas redes, sob muitas acusações de encenação. Para o vereador, o que Jair fez foi realmente encenado. "Ele vai para a tribuna fazer esse teatro, porque esse choro, é consenso no plenário que foi encenado, não escorre uma lágrima. É uma tentativa de vitimização e de transformar em algo pessoa o fato que é político", criticou.

Confira a entrevista

Enfrentar o sistema

No discurso, Jair Renan disse ainda que irá "enfrentar o sistema" existente na cidade, sem detalhar ao que se referia. Quanto à questão, Zanatta disse não existir nada de sistema contra ele. "Nada, por isso que não dá para entender essa choradeira. Eu gostaria que o sistema de Balneário Camburiú realmente fosse político-progressista, com hegemonia de parlamentares de esquerda. Hoje nós somos em 19 vereadores, o PL tem a maior parte da bancada, com seis, então ele representa todo o sistema econômico e político da cidade. Dezessete vereadores são declaradamente de direita. Não tem embasamento algum o que ele fala", explicou.

Caso Eduardo Bolsonaro

Eduardo Zanatta comentou ainda sobre o caso de Eduardo Bolsonaro, que se licenciou na Câmara para ir morar nos Estados Unidos (EUA), afirmando sofrer perseguição no Brasil.

Para ele, esse tipo de alegação faz parte de uma estratégia pensada. "Existe essa tentativa de deslegitimar não só o STF, mas outras instituições da República, e isso é uma estratégia usada pela extrema-direita não só aqui no Brasil, mas também nos EUA. A gente pode se questionar, quantos deputados dos EUA na Câmara pedem isso (sanção a Moraes) ao governo Trump? Lá são 435 parlamentares e 100 senadores, se não me engano. Qualquer um pode fazer um pedido que não tem o mínimo cabimento e solicitar algo. Porque eu estou falando isso, porque às vezes ganha uma repercussão como se fosse algo institucional, como se fosse algo da maioria do Parlamento nos EUA, mas a gente sabe que é um grupo minoritário, extremamente radical, e que lá apoiou a invasão e destruição do Capitólio, como apoiou também o que aconteceu no 8 de janeiro aqui no Brasil", argumentou.

Para Zanatta, as atitudes do filho de Bolsonaro são de quem está com medo, por saber que agiu errado.

"O que a gente vê é um medo escancarado, de quem sabe que usou o poder que tinha enquanto governou, para tentar aplicar um golpe de estado no país, para não aceitar o resultado das eleições. A família Bolsonaro tem que explicar tudo que tem saído na imprensa, investigação da Polícia Federal (PF), se realmente planejaram golpe, se planejavam matar o presidente, o vice e o Alexandre de Moraes, como consta no relatório da PF. É como a gente disse na tribuna, quem tem medo, foge", disparou, alegando ainda que Eduardo tem negócios no país da América do Norte, então na verdade irá cuidar dos próprios interesses por lá, então "foge do país e tenta se vitimizar".

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