Tarcísio foi a ato de Bolsonaro no Rio utilizando avião do Governo de São Paulo
Deputados da oposição na Alesp elaboraram requerimento solicitando informações sobre o deslocamento do governador
Participante do ato bolsonarista do último domingo,16, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), utilizou aeronave oficial do governo do estado para viajar ao Rio de Janeiro.
O modelo da aeronave é Beech King Air, com prefixo PR-ESP, que tem registro da Polícia Militar de São Paulo.
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Segundo informações divulgadas pelo jornal Folha de S.Paulo, Tarcísio deixou o aeroporto Campo de Marte no sábado, 15, às 18h09min, e desembarcou em Jacarepaguá às 19h07min, se hospedando no mesmo hotel de Jair Bolsonaro.
Segundo a Folha de S.Paulo, o governador disse que "a segurança institucional do governador, incluindo todos os seus deslocamentos e os meios pelos quais serão realizados, é de responsabilidade da Casa Militar, conforme estabelece o Decreto nº 48.526".
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Após participar do ato, Tarcísio deixou o Rio às 16h25min e desembarcou em São Paulo às 17h33min.
De acordo com a nota do Palácio dos Bandeirantes, os deslocamentos do governador devem obedecer os mesmos protocolos de “segurança”, mesmo sendo ligados diretamente ou não a eventos oficiais.
Na Alesp, os deputados Emídio de Souza (PT) e Guilherme Cortez (Psol) protocolaram um requerimento de informações para saber qual o meio de locomoção utilizado pelo governador e os gastos com a viagem.
O discurso de Tarcísio
Em Copacabana, Tarcísio fez um discurso áspero e considerado radical pelos integrantes do Judiciário. Nas falas, o governador acusou o Supremo Tribunal Federal (STF) de condenar “inocentes”, se referindo às condenações pelos ataques terroristas de 8 de janeiro de 2023.
Segundo juízes do Supremo, a beligerância já é considerada uma das marcas registradas de Jair Bolsonaro, entretanto, o comportamento de Tarcísio surpreendeu os magistrados.
Nas falas, o líder do executivo paulista questionou a atuação da Suprema Corte e as penas aplicadas pelos praticantes dos atos de vandalismo. “O que eles fizeram? Usaram batom? Num país onde todo dia vemos traficantes na rua, onde os caras que assaltaram a Petrobras voltaram à cena política”, disse ele sobre a cabeleireira Débora Santos, presa por pichar de batom a estátua da justiça na frente do prédio do judiciário.
E continuou questionando a inelegibilidade de Bolsonaro: “Qual a razão de afastar Jair Bolsonaro das urnas?. É medo de perder a eleição? Eles sabem que vão perder”.
Já em referência a Lula, Tarcísio ironizou o preço do ovo. “Ninguém aguenta mais arroz caro, gasolina cara, o ovo caro. Prometeram picanha e não tem nem ovo”, disse Tarcísio, lembrando a campanha de Lula em 2022 antes de pedir o retorno do seu mentor político. “Se está tudo caro, volta Bolsonaro”.