Frei Gilson remove mais de 2 mil vídeos no YouTube após polêmicas políticas
Frei Gilson removeu mais de 2 mil vídeos do YouTube em meio a debates políticos e religiosos, enquanto seu canal ganha milhares de novos seguidores
O sacerdote católico Gilson da Silva Pupo Azevedo, conhecido como Frei Gilson, que acumula milhões de seguidores no YouTube, removeu ou colocou em modo privado 2.022 vídeos da plataforma nos últimos 14 dias.
A "limpeza" ocorre em meio a debates entre grupos conservadores e progressistas nas redes sociais sobre o conteúdo do religioso.
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O frade, apoiado por conservadores, foi chamado de "golpista" e acusado de "promover a extrema direita e pedir votos para o bolsonarismo" nas redes sociais.
Ele ganhou destaque após reunir mais de 1 milhão de fiéis em uma live na madrugada do início da Quaresma. As transmissões têm sido realizadas durante todo o período litúrgico.
Frei Gilson exclusão de vídeos: o que ele relata
Ao Estadão, a assessoria do frade disse que "neste período ele fica dedicado só à Quaresma" e, por isso, não vai comentar.
A ferramenta Social Blade, que monitora métricas de redes sociais, detectou que 2.022 mil vídeos deixaram de estar disponíveis recentemente: 1.331 entre os dias 13 e 15 de março e outros 691 desde esta segunda-feira, 17.
No ápice da polêmica, na semana do dia 5, o canal tinha mais de 5 mil vídeos. Nesta quinta-feira, 20, o número é de 3.157.
Frei Gilson exclusão de vídeos: recordes
Por outro lado, o número de inscritos do frade aumentou no período, com 740 mil novos seguidores nos últimos 14 dias. Na manhã desta quinta-feira, 20, ele já contava com 7 milhões de inscritos interessados em acompanhar seus vídeos de música e pregação, recentemente voltados ao período da Quaresma.
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'Fenômeno em oração'
De acordo com levantamento do jornal O Globo, a maioria das gravações removidas ou ocultadas havia sido postada entre 2018 a 2024, com pregações, reflexões sobre a Bíblia e aconselhamentos de ordem espiritual. Vídeos do ano de 2022, quando ocorreram as últimas eleições presidenciais, foram os mais tirados do ar.
Frei Gilson exclusão de vídeos: apoio para Bolsonaro
Frei Gilson não declarou apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas foi associado a ele pelos internautas. Depois que o conteúdo do sacerdote "furou a bolha", Bolsonaro saiu em sua defesa no X (antigo Twitter), referindo-se a ele como um "fenômeno em oração, juntando milhões pela palavra do Criador".
Críticos do ex-presidente resgataram vídeos em que o frade dissemina pensamentos conservadores. Em junho de 2021, ele apareceu rodeado por bandeiras do Brasil e pediu que Nossa Senhora livrasse o País do "flagelo do comunismo".
Gilson foi citado no inquérito da Polícia Federal que investigou a tentativa de golpe de Estado e embasou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e outras 33 pessoas.
Ele não é investigado, mas seu nome apareceu no documento por ele ter recebido de um dos indiciados, o padre José Eduardo de Oliveira e Silva, um texto que ficou conhecido como "oração do golpe". José Eduardo não foi denunciado pela PGR e teve suas medidas cautelares revogadas nesta semana pelo Supremo Tribunal Federal (STF).