Grupo do Psol acusa Técio de não assinar carteira de empregada doméstica e desencadeia crise

Grupo do Psol acusa Técio de não assinar carteira de empregada doméstica e desencadeia crise

Membros do Psol da corrente Insurgência Reconstrução Democrática denunciaram que não tinham conhecimento sobre processo trabalhista durante as eleições do ano passado, quando Técio Nunes foi candidato a prefeito. Ele afirma que a empregada reconheceu não ter havido conduta irregular

A reunião da direção estadual do Partido Socialismo e Liberdade (PSol), que começou na tarde e entrou pela noite do sábado, 15, teve debates internos envolvendo o coordenador especial de Políticas sobre Drogas de Fortaleza, Técio Nunes (Psol), candidato do partido a prefeito de Fortaleza no ano passado.

O partido realizou balanço das eleições municipais de 2024. Membros do partido integrantes da corrente Insurgência Reconstrução Democrática apresentaram na reunião texto que acusava Técio de manter uma trabalhadora doméstica em situação de informalidade por quase dois anos. Conforme os filiados, ele apenas assinou a carteira de trabalho após ser processado judicialmente perante a Justiça do Trabalho. A situação só teria sido regularidade em setembro de 2024, com a campanha em andamento.

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Os membros da corrente que escreveram o texto denunciando o fato apontaram a conduta e a possível omissão dos fatos como "inadmissível". 

O caso gerou desconforto entre os participantes. O presidente do Psol Ceará, Alexandre Uchôa, considerou que as críticas a Técio eram “mais duras até do que a própria extrema-direita poderia ter feito”. 

"Foram apresentados duas versões de texto. Uma versão que foi apresentada aqui é uma versão com uma caracterização falando para dentro do partido, um pouco mais dura com a leitura da nossa própria ação, até mais dura do que a própria extrema direita poderia ter feito contra nós", afirmou Uchôa.

A votação da redação que seria aprovada terminou em 7 votos para o texto-denúncia e 14 para o outro texto, que segue a conjuntura da resolução do partido em nível nacional e reconhece a ascensão da extrema-direita no cenário global, com reflexos no Brasil.

“Esse exagero fez com que o texto perdesse esse apoio, e a gente fez a votação e o texto que foi apreciado, que vai ser finalizado, foi um texto que teve duas vezes mais votos do que o texto que foi derrotado. Por conta disso, de que a crítica ao partido foi uma crítica tão dura, tão densa até mais do que a própria extrema-direita poderia ter nos feito no debate público”, destaca o presidente do PSol estadual.

A ex-vereadora Anna Karina (Psol), por sua vez, argumentou que membros do partido não sabiam do fato envolvendo o candidato à Prefeitura em 2024 e disse que a situação "vai contra os ideais que o PSol defende".

"Nós tivemos problemas muito sérios aqui nas eleições municipais em relação ao Psol. A gente não sabia que o candidato do Psol, que existia uma ação na Justiça de uma mulher negra, trabalhadora, que estava trabalhando na casa dele como babá e foi denunciado na Justiça no ano anterior às eleições. Foi julgado, na verdade entraram em um acordo, e esse acordo foi tudo muito silenciado, tudo muito por debaixo dos panos e a gente não soube em nada o que aconteceu. Isso nos revolta, porque isso vai contra os ideais que o PSol defende", disse Karina.

Técio Nunes não compareceu à reunião, mas afirmou ao O POVO que “o processo em questão é público e já transitou em julgado na Justiça do Trabalho, com a admissão nos autos, pela autora, de que não houve conduta irregular ou desrespeitosa por parte minha ou da minha ex-esposa durante o período alegado".

O ex-candidato ainda afirma "lamentar" a situação. "Expresso meu lamento com a tentativa de se tirar de contexto questões de foro íntimo quando o momento deveria ser o de focar as energias para o debate programático que dizem respeito às instâncias partidárias", escreveu.

"A não assinatura da sua CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social) foi um pedido da autora, que reconheceu que todas as demais alegações feitas pelo advogado na petição inicial eram inverídicas. Ainda assim, agimos para garantir a lisura e a transparência na relação", disse Nunes.

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