Reajuste dos servidores: secretário diz que proposta traz "desafios" para a gestão Evandro

Servidores municipais rejeitaram, em Assembleia, nesta sexta-feira, 14, proposta de 4,83% feita pela Prefeitura de Fortaleza e marcaram paralisação no próximo dia 20

13:14 | Mar. 14, 2025

Por: Vítor Magalhães
Júnior Castro é o titular da Segov da Prefeitura de Fortaleza. (foto: FÁBIO LIMA)

O titular da Secretaria de Governo (Segov) da Prefeitura de Fortaleza, Junior Castro, comentou sobre a proposta de reajuste salarial de 4,83% para os servidores municipais, apresentada pela gestão do prefeito Evandro Leitão (PT). Castro falou sobre os desafios financeiros que o município enfrenta e a complexidade de cumprir com a proposta dentro da atual realidade econômica. A proposta foi rejeitada por sindicatos de servidores, que demandam um índice maior e pagamento de retroativo.

Em entrevista ao O POVO, durante reunião de secretários municipais no Centro Administrativo do Banco do Nordeste (BNB), na manhã desta sexta-feira, 14, o secretário afirmou que o diálogo com as categorias foi iniciado e continua em andamento. No entanto, enfatizou que a gestão precisa manter a responsabilidade fiscal para não prejudicar outras políticas públicas.

“O prefeito Evandro sempre foi muito transparente em toda sua trajetória política e não seria diferente agora. Abriu o diálogo com os servidores, recebeu os representantes no Paço e nós fizemos uma proposta. Dentro da situação financeira que a Prefeitura está, foi uma proposta que nos trará desafios para conseguir honrar todos os compromissos”, destacou Castro ao ser questionado sobre o tema.

O secretário informou ainda que a Prefeitura continua avaliando a situação e que Evandro esteve em Brasília, nesta semana, em busca de recursos para garantir novos investimentos na Capital.

“Continuamos avaliando, o prefeito esteve em Brasília com o presidente Lula, manifestou o desejo de ter o apoio do Governo Federal para que possamos começar investimentos na cidade e reforçar o financeiro do município, de modo em que, em algum momento, possamos sentar com os servidores para que a gente faça o que pode ser feito sem comprometer políticas públicas. Temos que ter seriedade e responsabilidade de agir com a razão, sem deixar que a emoção venha comprometer políticas importantes”.

Por fim, Castro reforçou a relação de respeito da gestão com as categorias de trabalhadores, mas voltou a frisar a situação financeira do município. “A gente sabe da necessidade, respeitamos a classe trabalhadora, somos parceiros inclusive, mas temos que ter, neste momento, responsabilidade; porque é uma decisão que, a depender do resultado, pode trazer sérias consequências para o município de Fortaleza”, encerrou.

Servidores rejeitam proposta em Assembleia

Servidores de Fortaleza rejeitaram, em assembleia realizada na manhã desta sexta-feira, 14, a proposta de reajuste geral de 4,83%, feita pela Prefeitura de Fortaleza. Além disso, foi aprovada uma paralisação de um dia, na próxima quinta-feira, 20, caso não haja uma nova proposta por parte da gestão.

Dirigentes informaram que os servidores sentem-se desrespeitados com a proposta. Um grupo de servidores se reuniu em frente ao Paço Municipal, sede da Prefeitura de Fortaleza, no Centro. 

Representantes de dezenas de sindicatos discursaram para o público, cobrando do prefeito Evandro Leitão a valorização da categoria. Estiveram presentes servidores da saúde; da limpeza urbana; gestão pública; aposentados; da Guarda Municipal; do IJF; auditores fiscais; agentes comunitários e outros.

Proposta da Prefeitura

Após pelo menos sete reuniões entre gestão e servidores a Prefeitura de Fortaleza propôs um reajuste geral de 4,83%, para o servidores municipais. O índice seria parcelado em duas vezes. Na folha de pagamento de junho entrariam 2%, sem retroatividade, e na de dezembro, os 2,83% restantes.

A Prefeitura justifica a proposta dada a realidade financeira do município. A gestão diz ter recebido uma dívida pública superior a R$ 4 bilhões da gestão José Sarto (PDT), cenário que vários secretários da gestão afirmam exigir cautela e austeridade para garantir a continuidade dos serviços públicos e o cumprimento de pagamentos essenciais, incluindo a própria folha de pagamento.