Família de cearenses deportados não ficará em Fortaleza e seguirá em voo da FAB para Confins
Intenção da família é morar em São Paulo. Outros cearenses ficarão na cidade. Outros deportados decidiram não seguir no voo da FAB para Minas Gerais e irão a outros destinos a partir de Fortaleza
O voo de brasileiros repatriados que desembarcou em Fortaleza na manhã desta sexta-feira, 21, trouxe cearenses. Porém, segundo informou a secretária dos Direitos Humanos do Ceará, Socorro França, uma família natural do Estado decidiu não permanecer em Fortaleza.
Eles optaram por seguir no voo da Força Aérea Brasileira (FAB) para o aeroporto de Confins, em Belo Horizonte (MG), porque irão morar em São Paulo.
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Há outros cearenses que também chegaram no voo de deportados e que permanecerão em Fortaleza. No total, 79 dos 94 repatriados seguirão para Belo Horizonte. Outros 13 não seguirão no voo da FAB, a maioria para ir a outros destinos a partir de Fortaleza.
Brasileiros presos
Dois brasileiros que estavam no voo de deportados foram presos ao desembarcar em Fortaleza. Os dois estavam com mandado de prisão internacional em aberto, emitido pela Interpol. Um mandado foi emitido pelo Estado do Paraná e outro pela Justiça Federal em Minas Gerais.
Um mandado é por roubo e outro por arregimentar e levar cidadãos a outros países, informou José Antônio Simóes de Oliveira Franco, superintendente Regional da Polícia Federal no Ceará.
Segundo voo a chegar a Fortaleza
O segundo voo com brasileiros deportados dos Estados Unidos (EUA) a pousar na capital cearense chegou na manhã desta sexta-feira, 21. Trata-se do terceiro avião de repatriados a chegar ao Brasil desde o início do governo de Donald Trump, que adota política mais restritiva em relação a imigrantes.
O voo trouxe 94 brasileiros, sendo 9 crianças.
Fortaleza foi escolhida para evitar que os brasileiros percorram o território nacional algemados, além de encurtar a viagem.
A previsão inicial era de chegada às 9 horas, mas o pouso ocorreu pouco antes de 11 horas.
No desembarque em Fortaleza, eles são recebidos por equipe multidisciplinar do Programa Estadual de Atenção ao Migrante, Refugiado e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas da Sedih. A equipe conta com Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante (PAAHM) no aeroporto Pinto Martins, informou a Secretaria dos Direitos Humanos do Ceará (Sedih).
Restrições a migrantes
Embora Donald Trump tenha feito promessas de endurecer a postura contra imigrantes ilegais, deportados em voos anteriores haviam sido detidos ainda quando Joe Biden era presidente, e haviam esgotado as possibilidades de permanecer naquele país.
Entre 2022 até antes da posse de Trump, o Brasil recebeu 45 voos de repatriados, com mais de nove mil brasileiros somados. O uso de algemas era frequente.
No primeiro desembarque, 88 brasileiros pousaram em Manaus no dia 24 de janeiro. O uso das algemas causou um mal-estar diplomático, o que fez o Itamaraty solicitar explicações. Embora o governo de Trump tenha aplicado regras mais rígidas contra a imigração, deportações já vinham ocorrendo na gestão do ex-presidente Joe Biden.
O segundo voo, com 111 brasileiros, chegou a Fortaleza em 7 de fevereiro. Dessa vez, os repatriados seguiram o protocolo de retirar as algemas após o pouso, diferente de janeiro.