Oposição faz reunião sem os líderes e tenta se unificar, mas PL e PDT reivindicam comandar
Bloco antipetista faz reunião sem a participação de André Ferrnandes, Capitão Wagner e Roberto Cláudio. Objetivo é articular frente para 2026, mas deputado do PL disse que partido terá candidato a governador e dois candidatos a senador. Já o presidente do PDT afirmou que partido não irá apoiar direita, mas pode receber apoio dela
18:35 | Fev. 18, 2025

Os deputados estaduais da oposição ao governador Elmano de Freitas (PT) na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) se reuniram na manhã desta terça-feira, 18, no gabinete do deputado Antônio Henrique (PDT). Inicialmente, estavam previstas as presenças de André Fernandes (PL), Capitão Wagner (União) e Roberto Cláudio (PDT), mas, por conflitos de agendas, o momentoo com a participação dos principais líderes foi adiado.
Estavam presentes os deputados estaduais do PDT, Antônio Henrique, Cláudio Pinho, Lucinildo Frota e Queiroz Filho; do União Brasil, Felipe Mota e Sargento Reginaurio; pelo PL estava Dra. Silvana pelo PL.
Além de André Fernandes não ter ido, o pai dele, deputado estadual Alcides Fernandes, também não compareceu e apontou problema de agenda. Apesar disso, ele esteve na sessão em plenário na mesma manhã. Na semana passada, Alcides também não estava quando a oposição se encontrou para foto na própria Assembleia.
Presidente do PL no Ceará, o deputado Carmelo Neto foi outro a não comparecer e apontou motivos de saúde.
Candidatura em 2026
As conversas na oposição têm objetivo de articular uma frente única para 2026, mas não é simples conciliar ambições. O bloco considera André Fernandes como principal líder dessa ala hoje no Ceará, após o resultado eleitoral de 2024 em Fortaleza. Há reconhecimento de que ele tem direito de definir e orientar no processo.
"A gente entende que hoje o maior nome da oposição da política cearense é o André Fernandes. É a maior liderança, ele tem o direito de definir e orientar para que a gente possa, no momento oportuno, definir os nomes. Mas a gente sabe que o André é uma pessoa do diálogo e a gente sabe que o PL tem grandes nomes, como a vereadora Priscila Costa, o vereador Julierme Sena, que claro que todos pleiteiam cargos para que possa, no momento oportuno, se lançar em 2026", disse o vice-líder do PDT na Assembleia, Lucinildo Frota.
O pedetista considera haver muito tempo para construir os diálogos em torno de quem deverá ser o candidato.
Porém, André Fernandes demonstra já ter em mente a ocupação dos principais espaços pelo próprio partido.
Ao jornalista Carlos Mazza, da coluna Vertical, Fernandes disse que o plano do PL é lançar candidato a governador e às duas vagas de senador, sem aceno a União Brasil e PDT, que o apoiaram — no todo ou em parte — no segundo turno de 2024 na Capital.
O próprio Fernandes, pelas regras em vigor, não pode concorrer nem a governador (idade mínima de 30 anos) nem a Senador (35 anos). Ele terá 28 anos em 2026. Existe proposta de emenda à Constituição, subscrita com ele, para alterar a norma. Mas, ele ainda cita os vereadores Priscila Costa, Marcelo Mendes (PL) e Julierme Sena (PL) como opções.
Já Roberto Cláudio e Capitão Wagner evitam adiantar o debate. Na semana passada, Wagner afirmou: "A primeira coisa é colocar de lado qualquer interesse pessoal, seja meu, do André, do Roberto ou de qualquer liderança. Se tivermos convencimento de que a chapa única é o melhor caminho, podemos viabilizar, com tempo de TV, estrutura partidária e que fará frente ao grupo no poder".
O ex-prefeito defendeu na ocasião: "Uma união desprendida de interesses e projetos pessoais que possa só defender o Ceará de uma hegemonia arrogante e incompetente".
Porém, na sexta-feira passada, 14, o presidente nacional licenciado do PDT e ministro da Previdência, Carlos Lupi, descartou possibilidade de apoio do partido a candidatos de direita. No entanto, admite que partidos de direita possam apoiar um candidato do PDT.
Articulações da oposição
O café da manhã da bancada oposicionista na Assembleia é o primeiro de uma série que se pretende realizar semanalmente, cada dia no gabinete de um parlamentar. Os encontros servirão para combinar a atuação na Assembleia e formular estratégias para as eleições de 2026.
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De acordo com Cláudio Pinho, novo líder do PDT, os deputados chegaram à conclusão de que seria melhor realizar este primeiro encontro sem convidados externos, para evitar interpretações erradas.
"O café é da bancada e esporadicamente virá algum convidado e nós chegamos à conclusão de que neste momento talvez não seja bom ter essas visitas. Podem ser interpretadas, causar algum ciúme. Em política é tudo cedo ainda. Mais importante é que está na consciência dos parlamentares a questão da unidade e acredito que tanto o campo do PDT mais de centro, centro-esquerda, mas o que está para todos nós é algo que se contrapõe e apresentar projetos para que a população possa ter um sentimento de voltar a sonhar", contou.
"Não tenho dúvidas que as bancadas estão todas unidas e os partidos irão marchar juntos apresentando um projeto para o Ceará em 2026", completou.
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O vice-líder Lucinildo Frota explicou que não houve confirmação da presença por parte de André, Roberto Cláudio e Wagner. O senador Eduardo Girão (Novo) questionou a possibilidade de a reunião ser na segunda-feira, uma vez que os parlamentares federais devem estar em Brasília de terça a quinta-feira.
"De fato foi convidado, houve um choque de agenda do André, do Roberto Cláudio e do Wagner, mas posteriormente vai ser confirmado sim esse café da manhã com eles", disse Lucinildo.
Além do convite para o café semanal com líderes políticos, os deputados planejam chamar representantes fora de partidos, mandatos e cargos, como pessoas de áreas técnicas, empresários do agronegócio, economistas, profissionais da segurança pública e saúde.