Roberto Cláudio sobre guinada política: 'Faria tudo de novo por convicção'

Roberto Cláudio sobre guinada política: 'Faria tudo de novo por convicção'

O ex-prefeito de Fortaleza se recoloca no cenário político como um dos líderes da oposição no Estado do Ceará

Duas vezes deputado estadual, já foi presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), eleito e reeleito prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT) é uma das figuras políticas de mais destaque no Estado há uma década e meia.

Tal influência pôde ser sentida com o impacto causado no segundo turno da eleição para prefeito da Capital quando RC declarou apoio ao bolsonarista André Fernandes (PL), que concorria contra Evandro Leitão (PT), antigo aliado do pedetista.

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Roberto tem se reposicionado no cenário atual como um dos principais líderes da oposição ao PT no Ceará. Em entrevista ao O POVO, ele nega, mesmo que de forma discreta, que tenha dado uma guinada à direita.

O ex-prefeito afirmou que as posições são consequência da ruptura política em 2022, quando ele foi candidato a governador em meio a um racha entre importantes figuras; de um lado Ciro Gomes, RC, do outro, Camilo Santana e Cid Gomes.

A partir da derrota, quando ficou em terceiro lugar, atrás de Capitão Wagner (União Brasil), de quem hoje é aliado, e do hoje governador Elmano de Freitas (PT), o pedetista mira 2026 com a possibilidade de encerrar uma hegemonia, mas fazendo oposição "responsável".

O POVO - O senhor fez uma "guinada à direta" ou está onde sempre esteve?

Roberto Cláudio - Não, eu faria tudo de novo por convicção. O ciclo de concentração de poder que hoje o PT tem no Estado do Ceará não tem conseguido produzir resposta para a população. Muito pelo contrário, tem conseguido fazer perseguição a adversários, tentar controlar as instituições, é um tipo de poder arrogante, dominador e de perseguição.

E porque não tão entregando uma agenda pro Ceará. E por conhecer essas pessoas e por entender que aquilo (eleição de Evandro Leitão) representaria uma certeza de um retrocesso pra nossa cidade, eu fiz uma opção de segundo turno por representar um projeto novo, uma oportunidade nova pra política do Ceará e para a cidade de Fortaleza.

Então eu repetiria tudo isso, exatamente porque a gente está vivendo as consequências desse tipo de hegemonia. Tem hegemonias que constroem ciclos virtuosos de conquistas que tudo melhoram por um tempo. E naquele tempo o povo reconhece e premia votando de novo. Não é o caso do Ceará.

Esse é um tipo de hegemonia nacional, estadual e municipal, que, se você pegar os 10 anos do PT já no governo e agora uma união dos três governos têm transformado o Ceará no terceiro Estado com maior percentual de pobreza do Brasil, que tem feito que a nossa economia tenha patinando (...) Não há segurança, o Ceará vive um Estado de sítio hoje.

OP - Nesse cenário, como será o seu papel na oposição?

Roberto Cláudio - Por tudo isso é que a gente acredita que é preciso essas mesmas oposições que se uniram em 2024 na eleição do segundo turno continuem unidas, com as suas diferenças. Porque há diferenças sobre algumas posições de economia, algumas posições de valores, somos de partidos de diferentes, como também há certamente dentro da base do governo do PT.

É preciso agora que a gente possa catalisar essas frustações, decepções, críticas que a gente tá fazendo e transformá-las em um projeto novo, de esperança e de luz para o Ceará.

OP - Então em 2024 o senhor mudou o rumo da trajetória e carreira política?

Roberto Cláudio - Não, assim, acho que em 2022, na candidatura ao governo, aquilo sim representa de alguma maneira uma ruptura. Ali aconteceu a ruptura política. Todo o resto é consequência de 2022. Eu já apresentei uma candidatura naquela época crítica ao governo que o Camilo tinha deixado no modelo do PT.

Eu fui aliado, rompemos e apresentamos um projeto que não foi vitorioso, teve 15% dos votos. Mas é isso que eu tenho carregado, a responsabilidade que apresentou um projeto alternativo ao PT, de ficar numa oposição responsável, que não seja de ódio, que não esteja esculhambando as pessoas, mas que seja capaz de criticar os problemas e sinalizar algumas alternativas diferentes.

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