Pesquisa: Desaprovação de presidentes latinos supera aprovação e Brasil é país mais polarizado
Levantamento ouviu pessoas em cinco países da América Latina. A consulta ocorreu entre os dias 27 e 31 de janeiro de 2025. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos
A pesquisa Latam Pulse, fruto de colaboração entre a Atlas Intel e a Bloomberg, mensurou os níveis de aprovação dos presidentes, o risco político, e a polarização social de cinco países-chave da América Latina: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e México.
O levantamento mostra que, na maioria dos casos, a desaprovação supera a aprovação. A exceção é o México, que teve uma mudança de governo recente (outubro de 2024) e é o único dos cinco países governado por uma mulher.
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A Argentina é governada por Javier Milei (direita); o Brasil é governado por Lula (esquerda); o Chile por Gabriel Boric (esquerda); a Colômbia por Gustavo Petro (esquerda) e o México por Claudia Sheinbaum (esquerda). O resultado, por país, pode ser visto no gráfico abaixo.
O levantamento ouviu diferentes quantidades de pessoas em cada um dos locais. A consulta ocorreu entre os dias 27 e 31 de janeiro de 2025, por meio de recrutamento digital aleatório. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Foram ouvidas 1.748 pessoas na Argentina; 3.125 pessoas no Brasil; 2.010 pessoas no Chile; 2.563 pessoas na Colômbia; e 2.645 pessoas no México. O nível de confiança da pesquisa é de 95%.
Risco Político
A Latam Pulse também avaliou o risco político nos cinco países. O índice avalia a estabilidade e a previsibilidade de um ambiente político, considerando eventuais vulnerabilidades que possam atrapalhar a governabilidade, enfraquecer instituições ou aumentar a incerteza.
O índice é medido em uma escala de zero a 100, onde zero representa nenhum risco e um ambiente estável e seguro, e 100 indica o nível mais elevado de risco, sinalizando perigo iminente de instabilidade ou colapso político. O Índice de Risco Político é composto por três indicadores principais: Instabilidade Institucional, Conflito Social e Criminalidade.
Índice de risco político
Indicadores:
Instabilidade Institucional: reflete a resiliência e a fiabilidade dos quadros políticos e jurídicos de um país. Mede a eficácia do governança, a independência e a funcionalidade das instituições públicas e a previsibilidade dos processos políticos.
Conflito Social: Mede a frequência, intensidade e propagação de protestos, greves, agitação civil e mobilizações de massas. Destaca a confiança da população – ou a falta dela – no sistema político para resolver os problemas.
Criminalidade e Corrupção: Mede a prevalência e a intensidade do crime organizado, da corrupção e dos crimes violentos. Reflete a capacidade de um Estado de impor a ordem pública e garantir os direitos de propriedade.
Polarização Social
Outro ponto abordado pela pesquisa examina a polarização social dentro de cada país. O índice tem como objetivo identificar gatilhos que podem desencadear agitação pública. O dado possibilita que governos se antecipem a eventuais fraturas ou mitiguem seus efeitos.
O índice de Polarização é feito a partir de uma escala de 0 a 100, na qual zero representa o nível mais baixo e 100 o nível mais alto de polarização social. Dos cinco países pesquisados, o Brasil foi o país que atingiu o valor mais elevado de polarização.
Polarização nos países
Critérios
O mecanismo é composto por cinco tipos de polarização distintas: Polarização política; Polarização de classe; Polarização étnica; Polarização religiosa e Polarização urbano/rural. Abaixo está o detalhamento de cada uma das formas de polarização elencadas.
A polarização política capta o grau em que as ideologias políticas ou os partidos divergem, levando ao antagonismo e ao impasse.
A polarização de classe avalia as crescentes divisões econômicas entre diferentes grupos sociais,
manifestando-se no acesso desigual à riqueza, serviços e oportunidades.
A polarização étnica reflete até que ponto a identidade étnica se torna um eixo dominante de conflito político.
A polarização religiosa considera divisões entre comunidades ao longo de linhas baseadas na fé, por vezes impulsionadas por políticas que favorecem um grupo em detrimento de outro.
A polarização urbano/rural mede a desconexão entre os interesses, prioridades e preferências políticas das populações urbanas e rurais.