Indiciado, Bolsonaro diz que todo dia acorda "com a sensação da PF na porta"
Bolsonaro foi indicado pela PF por uma suposta trama golpista, além de outros dois inquéritosIndiciado em três inquéritos, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira, 22, que tem a sensação da Polícia Federal aparecerá em sua porta. Ele foi alvo de operações da corporação, sendo indiciado em três inquéritos pelas acusações de supostamente: organizar uma tentativa de golpe, fraudar cartões de vacinação e integrar grupo que tentou vender de joias sauditas presenteadas ao governo brasileiro.
“Como você acha que eu acordo todo dia? Com a sensação da PF na porta. Qual acusação? Não interessa. Sejam criativos. Queremos pegar o Eduardo (Bolsonaro, filho do ex-presidente)? Quem quer pegar o Eduardo? É matar? É prender? É arranjar um crime pra ele?”, disse Bolsonaro ao canal Auriverde Brasil.
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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, foi alvo de uma apuração da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre pagamentos em dinheiro vivo usados na compra de dois imóveis no Rio de Janeiro entre 2011 e 2016. O caso, no entanto, foi arquivado pela PGR em 2021.
Inelegível, Bolsonaro disse que a eleição de 2026 não será "democrática" se não tiver sua presença. Sem poder concorrer, ele disse que vai declarar apoio nos "48 minutos do segundo tempo".
"Quem você vai apoiar? Só falo algo parecido nos 48 minutos do segundo tempo, quando não tiver realmente mais chance. Até lá, eu tenho certeza que o povão vai estar comigo", afirmou. Para o Senado, ele explicou que a intenção do partido é lançar uma candidatura por Estado. "Vai passar por mim e pelo Valdemar (da Costa Neto, presidente nacional do PL", se eu conseguir conversar come ele", apontou ainda na entrevista.
Indiciado três vezes
Bolsonaro e outras 36 pessoas foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Os investigados são suspeitos de tentativa de golpe para manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022.
Em 4 de julho do mesmo ano, Bolsonaro e outras 11 pessoas já tinham sido indiciadas pela PF no inquérito que investiga o suposto esquema de negociação ilegal das joias presenteadas por delegações estrangeiras ao Brasil.
No caso, o ex-presidente foi indiciado por suspeita de ter cometido três crimes: organização criminosa (com penas de um a três anos de reclusão); lavagem de dinheiro (de três a 10 anos) e peculato (apropriação de bem público), que podem levar a uma pena de dois a 12 anos de reclusão.
Alguns meses antes, Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da presidência, o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) e outras 14 pessoas foram indiciadas pela PF por suspeita de falsificação do cartão de vacina contra a Covid-19.
Eles são suspeitos de inserir dados (pena de reclusão de 2 a 12 anos e multa) falsos de vacinação contra Covid-19 no Ministério da Saúde para fraudar certificados de vacinação falsos. Além disso, eles são suspeitos de associação criminosa (pena de 1 a 3 anos).