Cunha delatou ter comprado votos de Aníbal Gomes e Vitor Valim para liderança do PMDB
Em delação, o ex-presidente da Câmara dos Deputados citou nominalmente os nomes dos ex-deputados cearenses em troca de apoio para Hugo Motta em 2016
09:52 | Jan. 21, 2025
Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, citou dois, à época, deputados federais cearenses que teriam vendido os seus votos para eleger Hugo Motta, hoje no Republicanos, como líder do então PMDB.
Em uma tentativa sem sucesso de fechar um acordo para delação premiada na Operação Lava Jato, Cunha disse ter comprado os votos de Aníbal Gomes e do ex-prefeito de Caucaia, Vitor Valim, de acordo com informações publicadas no jornal Folha de S.Paulo. Na época, os parlamentares cearenses eram filiados ao PMDB.
Além dos dois, o ex-presidente da Câmara afirmou ter comprado o apoio de Hermes Parcianello, Alceu Moreira e que ainda apresentaria os nomes de outros dois ex-parlamentares. Apesar da delação de Eduardo Cunha, não houve acordo após os investigadores terem considerados as declarações "superficiais".
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A liderança do PMDB, partido então ex-presidente Michel Temer e uma das bancadas mais fortes no Congresso Nacional, era bastante vislumbrada devido a negociações visando à composição da Comissão de Impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Eduardo Cunha chegou a dizer que teria solicitado R$ 3 milhões para o empresário Joesley Batista. O montante seria distribuído entre seis deputados do PMDB em troca de apoio a Hugo Motta. O postulante a líder do partido foi superado por Leonardo Picciani na ocasião.
Leonardo foi integrante titular da comissão de impeachment e Vitor Valim suplente.
Procurado pelo O POVO, Vitor Valim afirmou que "trata-se de uma delação que não foi aprovada nem pela Justiça nem pelo Ministério Público por falta de elementos". Segundo o ex-prefeito de Caucaia, "não há o que comentar sobre algo que nem foi aprovado e de uma pessoa a qual votei a favor da cassação".
Aníbal contactou O POVO e negou que Eduardo Cunha tivesse feito qualquer proposta a ele, até porque era o principal cabo eleitoral do Hugo Motta. "Não havia a possibilidade de eu cometer qualquer coisa. Agora, ele não gosta de mim, certamente do Valim também, porque eu não votei nele para presidente", disse.