Luizianne e Cid se encontram para "troca de ideias" em novo gesto de reaproximação política

O senador e ex-governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), e a ex-prefeita e deputada federal Luizianne Lins (PT), antigos aliados, tiveram um novo encontro nesta semana. O momento foi compartilhado pela petista por meio das redes sociais nessa terça-feira, 14. A reunião, segundo a deputada, foi para “troca de ideias e discussão de conjunturas”.

Desde o afastamento entre os políticos, os dois se reencontraram em outras ocasiões. No fim de 2023, houve um encontro casual no Aeroporto Internacional de Brasília, que durou poucos minutos. À época, Luizianne era considerada pré-candidata ao Paço Municipal, mas o Partido dos Trabalhadores (PT) já expressava inclinação para o nome de Evandro Leitão (PT), eleito nas eleições municipais de 2024.

Luizianne responde comentários críticos a Elmano

Em um dos comentários na postagem feita por Luizianne, um seguidor celebra o encontro entre a petista e Cid e chega a sugerir uma chapa ao Governo do Estado em 2026 com o senador encabeçando e a deputada na vice.

Além disso, o seguidor criticou o governador Elmano de Freitas (PT), dizendo que ele "infelizmente não serve pra nada". Luizianne curtiu e respondeu ao comentário agradecendo o apoio.

No início de 2024, após Cid deixar o PDT e ingressar no PSB, ele discursou no auditório do Marina Park Hotel, em Fortaleza, e relembrou laços políticos. Durante a fala, Cid citou o nome da ex-prefeita. O senador atribuiu à petista a aliança que fez com o PT, mantida até os dias de hoje. “Luizianne foi fundamental para minha primeira vitória como governador (do Ceará). Eu não teria aliança com o PT se não fosse a Luizianne”, disse.

O afastamento entre os políticos data de 2012, quando houve divergências na sucessão de Luizianne na Prefeitura de Fortaleza. Ela lançou como candidato Elmano de Freitas (PT), atual governador do Estado do Ceará, enquanto Cid abraçou a candidatura de Roberto Cláudio, à época no PSB, e que foi eleito prefeito.

Relembre o rompimento político

Luizianne Lins e Cid Gomes governaram simultaneamente a Prefeitura e o Governo do Estado, respectivamente. Na disputa pela reeleição em 2008, a petista recebeu apoio de Cid, então no PDT. Mas, com as eleições municipais de 2012, os dois chegaram a romper politicamente.

Cid era o principal padrinho político de Roberto Cláudio, antes no PSB, agora filiado ao PDT. A petista apoiava a candidatura de Elmano. Devido às discordâncias, ambos trocaram farpas em meio à tensão das eleições.

O ex-governador chegou a falar que Luizianne era “vaidosa, arrogante e personalista demais”, e que "nada que não seja um espelho pra ela tem valor", além de “não gostar de trabalhar e passar o tempo todo fazendo confusão”.

A petista reagiu e afirmou que Cid tinha posições machistas e arrogantes. "Fortaleza não vai suportar coronel nem filhote de coronel produzido dentro dos gabinetes”, disse, em referência também a Roberto Cláudio, que foi eleito no 2º turno do pleito.

Uma reaproximação ocorreu dez anos após o rompimento, em ato pró-Lula nas eleições presidenciais de 2022. Os políticos dividiram o palco e trocaram um abraço.

Luizianne disse que nunca houve rompimento

Em transmissão ao vivo nas redes sociais, a ex-prefeita disse, após os encontros dela com Cid nos aeroportos de Fortaleza e Brasília, em 2023, que nunca houve rompimento. “Mesmo com todas as questões que tivemos lá atrás, nós nunca tivemos um rompimento de um diálogo pessoal, de uma conversa franca, isso tenho que admitir”, afirmou Luizianne.

“Nos reencontramos na verdade no aeroporto de Fortaleza, mas continuamos conversando no aeroporto de Brasília. Foi uma conversa muito franca, solidária, de duas pessoas que... vou dizer uma coisa para vocês: na política, os gestos são muito importantes. E o Cid, você goste ou não, é uma pessoa de muito trato, como se diz”, completou a petista.

Ela atribuiu o processo de afastamento à disputa pelo Paço Municipal. “O Cid é uma pessoa que eu sempre tive muita facilidade de diálogo, ficamos ‘assim’ por conta dessa eleição de 2012”, disse a petista.

Colaborou Guilherme Gonsalves