Santa Quitéria: filho de prefeito é empossado no lugar do pai, preso por suposto elo com facção

O vereador Joel Barroso (PSB), filho do prefeito eleito Braguinha (PSB), foi reconduzido para o posto de presidente da Câmara Municipal e ficará no cargo do pai interinamente

Com a prisão de José Braga Barrozo (PSB), o Braguinha, prefeito reeleito de Santa Quitéria, distante 223,46 km de Fortaleza, quem assumiu interinamente a prefeitura foi o presidente da Câmara Municipal, o vereador Joel Barroso (PSB), filho do Braguinha.

O legislativo do município deu posse aos vereadores no dia 1° de janeiro e, em seguida, realizou a eleição da Mesa Diretora. Duas chapas foram apresentadas e a encabeçada por Joel venceu por sete votos a seis. Não houve abstenção.

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A chapa opositora pediu a impugnação da candidatura do filho do prefeito, uma vez que, no entendimento da vereadora Aurismenia Chaves (MDB), seria inconstitucional que ele concorresse à presidência pela terceira vez consecutiva. Joel apontou que passada a legislatura, tal tese não valeria. A votação seguiu e ele foi eleito.

Em seguida, o trâmite era de empossar o prefeito e o vice eleitos. Porém, o gestor foi preso instantes antes da sua posse. Ele é acusado de envolvimento com facção criminosa e o Ministério Público Eleitoral (MPE) do Ceará entrou com pedido de cassação da chapa.

Ainda por decisão da Justiça Eleitoral, Braguinha e o vice, Gardel Padeiro (PP), foram afastados de forma cautelar, sendo assim impedidos de assumir o mandato eletivo.

Tendo em vista a decisão da Justiça Eleitoral que afastou de forma cautelar o prefeito e vice eleitos, impedindo o exercício do mandato eletivo, a presidente em exercício da Câmara, Emanuela Barbosa (Republicanos), deu posse ao filho de Braguinha. 

Prefeito de Santa Quitéria é preso acusado de envolvimento com facção

Braguinha é acusado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) de envolvimento com uma facção criminosa, que teria coagido eleitores, candidatos e funcionários da Justiça Eleitoral durante o pleito do ano passado.

Como O POVO mostrou na última sexta-feira, 27, a 54ª Promotoria Eleitoral havia solicitado, no último dia 18 de dezembro, a cassação da chapa vencedora das eleições em Santa Quitéria, assim como a inelegibilidade de Braguinha por oito anos.

Em Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), a promotora Priscila Rayana de Medeiros Souza descreveu diversas ações criminosas que teriam sido praticadas por integrantes da facção Comando Vermelho (CV), alegadamente, para garantir a vitória de Braguinha.

Entre os episódios elencados, está a entrega, no Rio de Janeiro (RJ), de um carro modelo Mitsubishi Eclipse Cross por parte de servidores municipais ao traficante Anastácio Paiva Pereira, o “Doze” ou “Paulinho Maluco”, chefe do CV em diversos municípios da Região Norte no Estado.

Em nota enviada a O POVO no último sábado, 28, a defesa de Braguinha negou as acusações. Foi afirmado que o prefeito não tinha ciência do envio do carro a Doze e que os servidores envolvidos no caso foram exonerados.

"É importante ressaltar que desde a eleição de 2020, tais acusações são requentadas por adversários políticos sem que haja qualquer prova que as corrobore", consta também na nota. "Assim, considera a ação eleitoral precipitada, na medida em que se baseia em conjecturas e presunções pessoais despiciendas de suporte probatório".

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