Sarto sanciona exclusão de áreas verdes em Fortaleza e vereador reage: "Gestão desastrosa"
Uma das leis sancionadas trata de área de 31,7 mil metros quadrados no entorno da Lagoa do Maricá, no bairro Luciano CavalcanteO prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), sancionou três leis complementares que extinguem áreas verdes em 10 bairros da Capital. A promulgação consta no Diário Oficial do Município do dia 26 de dezembro, a cinco dias para o fim da gestão. O texto aponta que a Câmara Municipal aprovou as mudanças, fato que aconteceu na terça-feira, 17 de dezembro.
Foram três sessões plenárias, sendo uma ordinária e duas extraordinárias, que totalizou mais de seis horas de atividades parlamentares. A Câmara aprovou, em um dia, os textos que excluem zonas de proteção ambiental (ZPA), zona de recuperação ambiental (ZRA), zona especial ambiental (ZEA) e zona de interesse ambiental (ZIA).
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No decorrer da sessão, que durou mais de seis horas, foram acrescentadas emendas que retiram áreas de proteção ambiental e transformam e zonas de requalificação urbana, permitindo assim construções de prédios de até 48 metros. O projeto, porém, não especifica o motivo da mudança e detalhes do local.
No geral, as propostas aprovadas fragilizam a proteção ambiental em bairros como Edson Queiroz, Praia do Futuro, Sabiaguaba, Bom Jardim, Dom Lustosa, Sapiranga, Serrinha, Manoel Dias Branco, São Gerardo e Presidente Kennedy.
Uma das leis sancionadas trata de área de 31,7 mil metros quadrados no entorno da Lagoa do Maricá, no bairro Luciano Cavalcante. O local deixa de ser uma Zona de Preservação Ambiental I para se tornar uma Zona de Ocupação Moderada I.
Alguns projetos não tiveram votação nominal e as que tiveram, a base do prefeito Sarto, assim como aliados do prefeito eleito Evandro Leitão (PT), também foram favoráveis. Em uma das votações, apenas seis vereadores foram contra. Um deles, o parlamentar Gabriel Aguiar (Psol).
Neste sábado, 28, o vereador se pronunciou sobre a sanção do prefeito. “Essa questão gravíssima na Câmara Municipal que está propondo alterar o plano diretor da cidade sem nenhuma discussão com as pessoas só para extinguir áreas verdes do mapa em bairros como a Sapiranga, Sabiaguaba, Edson Queiroz, Bom Jardim. 10 bairros de Fortaleza perdendo áreas verdes”, explicou.
O parlamentar lembrou o fato de Sarto não ter sido reeleito e disse que o prefeito era, anteriormente, contra a exclusão das áreas. “O Sarto, antes da campanha, disse que jamais sancionaria essas leis, que era contra essas alterações no plano diretor e que isso era antidemocrático e faltando três dias para acabar o ano, ele sancionou todos esses projetos. Encerrando, assim, a gestão desastrosa do prefeito”, afirmou nas redes sociais.
“A quem serviu a gestão do Sarto? Não foi ao povo, não foi à natureza. Ele disse sair com “dever cumprido”. A quem ele devia? Sancionar essas leis de destruição de áreas verdes faz parte do pagamento da dívida?”, escreveu ainda.
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