Evandro diz que Sarto deixará dívida de pelo menos R$ 400 milhões com fornecedores

A futura gestão informou que a falta de dados repassados "dificulta a clareza com a dívida total" e projeta que número pode dobrar

 

O prefeito eleito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), realizou entrevista coletiva nesta sexta-feira, 27, em que fez um diagnóstico preliminar da administração pública da Capital. Leitão informou que a Prefeitura de Fortaleza tem saldo de dívidas com fornecedores, já empenhadas, da ordem de R$ 400 milhões e informou que o número deve aumentar.

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"Isso são informações que a equipe de transição conseguiu detectar, porque estão chegando informações, por parte de fornecedores, de dívidas que não foram empenhadas, ou que já foram empenhadas e canceladas. Ou seja, esses R$ 400 milhões é o que nós estamos sabendo, mas a dívida é bem superior", disse Leitão projetando que o valor pode chegar ao dobro.

O gestor eleito falou sobre relatos de prestadores de serviço e organizações sociais que comunicaram que “tem cinco meses de serviços prestados que não foram empenhados. Nem empenhamos e que, obviamente, não foram liquidados, gerando o atraso salarial”.

Além disso, citou dívidas com cooperativas de médicos. “Cooperativas de médicos que falam que há mais de seis meses médicos não recebem honorários”. A futura gestão informou que a falta de dados repassados “dificulta a clareza com a dívida total”.

"No próximo ano de 2025, Fortaleza tem já, com os empréstimos, com as operações de crédito contraídas, um valor de R$ 1 bilhão", adiantou Evandro. O prefeito eleito lamentou ainda que, muitas dessas operações de crédito foram contraídas junto a bancos nacionais, pagando juros bem mais altos do que pagariam junto a instituições financeiras internacionais.

No mais, Leitão citou operações de crédito da ordem de pouco mais de R$ 3 bilhões até o fim do mandato (2028).

Poucas informações e surpresas negativas

Evandro falou que, desde sua eleição, teve algumas surpresas negativas vindas da atual gestão municipal. A primeira delas foi a redução do Reveillon, de três para apenas um dia. "O conhecimento que tínhamos era de que o Reveillon de Fortaleza era custeado pela iniciativa privada. Atrações que foram anunciadas no dia 24 de setembro, ou seja, no meio do período eleitoral, o prefeito anuncia após a eleição que elas não viriam mais. Não era tudo a iniciava privada que pagava? Por que então reduzir?", questionou o prefeito eleito.

A segunda surpresa, segundo Leitão, foram as poucas informações recebidas na transição. Ele afirma que, das informações que foram demandadas pela equipe de transição à prefeitura, na área da saúde, apenas 50% foi fornecido.

Outra surpresa após a eleição foi a questão da descontinuação do Bolsa Jovem, da secretaria de Esporte. "Diversos esportistas declararam que não estavam mais a receber aquela bolsa para executarem suas atividades esportistas", disse.

O quarto motivo de surpresa, segundo Evandro Leitão, foi o aumento do subsídio para o transporte coletivo. "No ano de 2024, a prefeitura subsidiando um valor de R$ 158 milhões para o transporte coletivo. Para a surpresa nossa, porque se tem impacto na próxima gestão a partir de 2025, o justo e razoável era a prefeitura, ao enviar uma mensagem como essa para a CMFor, fosse comunicado à equipe de transição", afirmou, concluindo que o valor subirá para R$ 248 milhões em 2025.

"Querem inviabilizar a próxima gestão. Fortaleza não poderá virar uma cidade caloteira", concluiu o petista.

"Parecia propaganda eleitoral"

Coordenadora da equipe de transição de Evandro Leitão, a vice-prefeita eleita Gabriella Aguiar (PSD) também esteve na coletiva de imprensa. Ela afirmou que a transição começou no dia 12 de novembro e que, até agora, foram feitas mais de 10 reuniões com diversas áreas da prefeitura. 

"O que mais apresentavam para a gente eram as conquistas da atual gestão, mas parecia uma propaganda eleitoral. A gente precisava de dados muito concretos, como convênios e contratos", lamentou Gabriella.

Veja coletiva do prefeito eleito Evandro Leitão:

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