Caucaia: Prefeitura diz que atraso em obras de pontes se deve à "demora da empresa encarregada"

Atraso foi alvo de questionamento da equipe de transição do prefeito eleito Naumi Amorim (PSD), que manifestou preocupação com potenciais riscos da quadra chuvosa

A Prefeitura de Caucaia atribuiu o atraso nas obras de pontes nas comunidades do Picuí, São Miguel e Cristalinas principalmente à "demora nos serviços realizados pela empresa encarregada". O tema foi alvo de questionamento público da equipe de transição do prefeito eleito Naumi Amorim (PSD), que manifestou preocupação com o atraso e os potenciais riscos da quadra chuvosa que se avizinha.

O POVO contatou a equipe da prefeitura e solicitou entrevista com o atual prefeito Vitor Valim (PSB) e com o secretário da Infraestrutura (Seinfra), André Daher. Em resposta, foi enviada uma nota que atribuiu o atraso "principalmente à demora nos serviços realizados pela empresa encarregada" da execução.

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"Mesmo após várias notificações formais, a empresa contratada ainda não conseguiu manter o ritmo necessário para cumprir os prazos estipulados. Além disso, é importante ressaltar que o alto volume de chuvas registrado na quadra chuvosa também impactou negativamente o andamento dos trabalhos, dificultando a execução dos serviços em algumas etapas da obra", destaca nota da Seinfra.

A secretaria explica ainda que tomará "todas as medidas necessárias para corrigir a situação, incluindo a aplicação de ações contratuais" e informou que caso os atrasos persistam, serão aplicadas sanções, como penalidades financeiras, para assegurar o cumprimento dos prazos e a qualidade dos serviços. "A Seinfra continuará monitorando de perto a evolução das obras e reforça seu compromisso com a conclusão da obra, sempre em benefício da população", finaliza a nota.

Cobrança

Segundo os representantes da futura gestão, a proximidade da quadra chuvosa no Estado pode gerar problemas de alagamentos em áreas de risco, além de provocar impactos no turismo do Cumbuco, um dos principais pontos da orla de Caucaia. A equipe de Naumi relata que a empresa contratada para fazer as pontes estaria com pagamentos em atraso e dificuldades em manter o ritmo das atividades e reforça que a finalização das obras, antes do início da quadra chuvosa, poderia prevenir transtornos.

“Em Cristalinas, na Barra do Cauípe, a conclusão da ponte estava prevista para fevereiro. Com o atraso, não será possível cumprir o prazo. Em caso de fortes chuvas, o acesso de veículos até a área ficará prejudicado”, apontou a equipe de transição do prefeito eleito, reforçando que uma eventual dificuldade de acesso ao local refletiria em prejuízos à economia local, afetando bugueiros, comerciantes e donos de barracas de praia.

Em outros pontos, a preocupação se dá devido a áreas de risco. A futura gestão cita “falta de ações de limpeza de recursos hídricos, agravada pela não conclusão das obras das pontes de Picuí e São Miguel", projeta que não haverá conclusão das obras antes da quadra chuvosa e lembra de alagamentos recentes.

“Dois dos principais pontos de alagamento de Caucaia são as comunidades São Miguel e Conjunto Metropolitano (Picuí). Com os alagamentos deste ano, a água invadiu residências e famílias relataram perdas de comida, móveis e documentos. Durante as visitas realizadas pela equipe de transição do prefeito eleito, famílias relataram apreensão”, destaca.

Transição

A transição em Caucaia é uma das que tem registrado certa dificuldade entre as equipes da atual gestão e do prefeito eleito. No último dia 11, o prefeito Vitor Valim disse que encerraria a gestão sem fazer dívidas e defendeu a condição na qual passará o governo.

Valim rebateu críticas do prefeito eleito Naumi, que denunciou a existência de um "rombo" nas contas públicas, também antecipada pelo atual prefeito, ao dizer que o prejuízo não foi feito pela sua gestão.

Órgãos de fiscalização do Estado têm acompanhado e mediado, em partes, a transição em Caucaia. Dentre eles o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Ceará (TCE-CE).

Este último disponibiliza uma ferramenta de acompanhamento de processos de transição pelo Estado. Em Caucaia, segundo dados da ferramenta do TCE, foram realizadas pelo menos quatro reuniões, registradas em atas. A última atualização é do dia 11 de dezembro.

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