José Guimarães diz que 'desafio final' é votar pacote de ajuste fiscal na Câmara

Cearenses do PT endossam resolução do diretório nacinal que trata das medidas e admite possibilidade de ajustes

Líder do governo Lula na Câmara Federal e vice-presidente nacional do PT, o deputado José Guimarães avalia que o "desafio final" da base no Parlamento é a votação do pacote de ajuste fiscal anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), na última semana.

"Nós aprovamos tudo que foi encaminhado pelo nosso governo até agora. O desafio final é votarmos o pacote de ajuste. Vamos à luta", disse o parlamentar em entrevista ao O POVO neste domingo.

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O assunto foi tema da reunião do diretório nacional do PT, do qual Guimarães é membro, e, conforme o canal de notícias CNN, gerou divergência no encontro. Ao todo, foram apresentados 10 textos aos 90 integrantes do diretório nacional até ser formalizada resolução publicada no sábado, 7.

Em trecho do documento, a agremiação exalta a isenção do Imposto de Renda de quem receber até R$ 5 mil e a tributação dos que recebem mais de R$ 50 mil, mas também recomenda que as bancadas "avaliem com profundidade e debatam com o governo os impactos da proposta que envolve o Benefício de Prestação Continuada (BPC)". 

Conforme Guimarães, mudanças serão colocadas conforme necessidade de aprovação das matérias. "Nós somos 100% do governo Lula e, as medidas que foram enviadas, nós vamos votá-las, a partir de amanhã (hoje) discuti-las, e buscar sempre o melhor caminho para aprová-las, com pequenas mudanças, com ajuste, como sempre foi nós na Câmara dos Deputados", projetou o líder governista.

Presente na reunião, o deputado federal José Airton Cirilo (PT) foi na mesma linha, apontando que não haverá prejuízos, mas a busca por "o equilíbrio fiscal e maior justiça social". Ele, no entanto, diz que "um item ou outro pode ser aperfeiçoado". "O que o governo está fazendo é criar mais critério para melhorar o acesso e o gasto com mais responsabilidade", avalia o petista, que também é membro do diretório nacional.

Ao O POVO, a senadora Augusta Brito (PT) afirmou que "as elites econômicas sempre preferem que a economia nos gastos públicos saia apenas do bolso do trabalhador" e defendeu que "sempre há espaço para mudanças".

"Do que foi divulgado e enviado ao Congresso Nacional até agora, e portanto posso efetivamente analisar, as parcelas mais necessitadas do povo brasileiro permanecem sem ser afetadas. Medidas que passam pela moralização e por operações de pente-fino em benefícios sociais são necessárias e urgentes", disse, por nota, a parlamentar.

A deputada federal Luizianne Lins (PT) e o presidente do PT Ceará, Antônio Alves Filho, o Conin, também foram procurados pela reportagem para comentarem o assunto, mas não responderam até a publicação desta matéria. O espaço está aberto para manifestação.

 

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