Secretários de Pindoretama são afastados, empresário é preso e 5 estão foragidos

Operação "Vectura Fraus" investiga suposto esquema de superfaturamento e desvio de dinheiro público de contratos de locação de veículos firmados entre a Prefeitura

12:53 | Dez. 06, 2024

Por: Guilherme Gonsalves
Operação na Prefeitura de Pindoretama (foto: MPCE/divulgação)

Quatro secretários municipais da Prefeitura de Pindoretama foram afastados dos cargos na operação "Vectura Fraus", do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc), com apoio da Polícia Civil. Foram afastados dos cargos por seis meses os secretários municipais da Infraestrutura e Serviços Públicos, Desporto e Lazer, Administração e do gabinete do prefeito Dedé Soldado (PSB), reeleito em 2024.

Cinco empresários são alvos de mandados de prisão por supostamente integrarem o grupo criminoso, sendo um já preso e quatro foragidos. Os investigados poderão responder por peculato, falsidade ideológica, associação criminosa e fraudes contratual e licitatória.

A operação foi desencadeada na manhã desta sexta-feira, 6, e investiga suposto esquema de superfaturamento e desvio de dinheiro público de contratos de locação de veículos firmados entre a Prefeitura de Pindoretama, distante 46,70 km de Fortaleza, e empresas.

Confira imagens da operação:

Ao todo, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão nas sedes da Prefeitura de Pindoretama, gabinete do prefeito e das empresas investigadas. Além disso, mandados foram cumpridos nas residências dos suspeitos nos municípios de Canindé, Baixio, Fortaleza e Pindoretama. Foram apreendidos documentos, celulares e notebooks, que serão examidados.

Pindoretama: esquema criminoso

De acordo com a investigação do Gecoc, a Prefeitura do Município teria efetuado pagamentos entre os anos de 2021 e 2023 para a utilização de carros mais antigos do que os que em tese deveriam ser disponibilizados pelas empresas que possuíam contrato com a gestão, caracterizando-se assim um superfaturamento.

A investigação suspeita que os veículos utilizados pelas secretarias municipais eram locados a partir de pagamentos fraudados, causando prejuízo aos cofres públicos e enriquecimento ilícito dos empresários envolvido, além de um serviço de pior qualidade.

Segundo os órgãos investigadores, as empresas teriam recebido cerca de R$ 2,7 milhões da Prefeitura de Pindoretama, entre 2021 e 2023. Os contratos se estenderiam para mais 30 municípios do Ceará e lucrado com valores repassados de mais de R$ 449 milhões com contratos de locação de veículos.