Relatório da PF aponta que general cearense apoiou Bolsonaro para golpe de Estado

Ex-chefe do comando de operações terrestres do Exército se colocou a disposição de Bolsonaro para comandar tropas caso o então presidente assinasse decreto

19:09 | Nov. 26, 2024

Por: Cíntia Duarte
O general cearense Estevam Theóphilo é citado em operação da PF que apura suposta tentativa de golpe de Estado organizada por militares (foto: Alberto César Araújo/Aleam)

O relatório final da Polícia Federal a respeito da operação Contragolpe revela que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contou com o apoio do general cearense Estevan Theophilo para prosseguir com o plano de golpe de Estado após derrota nas eleições de 2022. As investigações apontam que o ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército (Coter) aceitou executar o plano.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, retirou o sigilo das investigações sobre o golpe de Estado nesta terça-feira,26, e encaminhou à Procuradoria-Geral da República (PGR) o relatório final do inquérito da Polícia Federal que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 36 pessoas por golpe.

Na manhã seguinte, Bolsonaro convocou os comandantes das forças nilitares ao Alvorada para pressionar a adesão do plano de abolir o Estado Democrático de Direito. No entanto, as investigações apontam que foram contrários à ordem presidencial os comandantes do Exército e da Aeronáutica para qualquer plano que impedisse a diplomação do novo presidente da República legalmente eleito.

Bolsonaro, porém, teve o apoio do comandante da Marinha, Almir Garnier, e do general Estevam Theophilo, cearense comandante do Coter. Ambos aceitaram executar as ações e comandar tropas terrestres, caso o então presidente Jair Bolsonaro assinasse o decreto.

No início de 2024, Estevam Theophilo já havia sido apontado, em investigação da PF, como como parte da organização criminosa responsável por atuar em tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.

Na operação “Tempo Veritatis", as apurações mostraram que Theophilo seria o “responsável operacional” por organizar as Forças Especiais do Exército, chamados também de “Kids Pretos”. O propósito, na época, seria prender o ministro Alexandre de Moraes, do STF, segundo a PF.