Mário Fernandes imprimiu no Planalto plano para matar Lula, Alckmin e Moraes, aponta PF

A polícia federal prendeu Fernandes, ex-ministro interino de Bolsonaro, outros três militares e um policial federal, nesta terça, 19, por participação na tentativa de golpe de Estado

Segundo a Polícia Federal (PF) o general Mário Fernandes imprimiu no Palácio do Planalto o esquema que intencionava assassinar o presidente Lula, o vice Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

O documento impresso no gabinete da Secretaria Geral do Planalto continha três folhas e era intitulado "Plj.docx" em referência à palavra planejamento, de acordo com a PF.

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“As ações demonstram um detalhado plano de atuação que envolve técnicas de anonimização, monitoramento clandestino e emprego ilícito de recursos públicos”, comunica a Polícia Federal.

A PF diz que o ”planejamento operacional”, denominado de “Punhal Verde e Amarelo”, “descreve o plano para prender/executar o ministro ALEXANDRE DE MORAES, além dos integrantes da então chapa vencedora das eleições presidenciais LUIS INÁCIO LULA DA SILVA e GERALDO ALCKMIN".

Mario Fernandes, ex-ministro interino e ex-secretário-executivo da Secretaria Geral da Presidência de Bolsonaro, usava um “padrão” para nomear “arquivos de conteúdo sensível”, informa a PF.

Ele imprimiu não apenas o documento "Plj.docx", mas também o "Fox_2017". E havia o "Ranger_2014", "BMW_2019" e o "HD_2022" - possível referência à marca de veículos Harley Davidson.

É explicado nos relatórios da PF que "os arquivos foram nomeados com o modelo e o ano de fabricação de seus veículos pessoais". A pasta de armazenamento dos textos era denominada "ZZZZ_Em Andamento", para a PF o título sinalizava que os planos estavam em desenvolvimento.

De acordo com a Polícia Federal “as condutas identificadas pela investigação demonstram que esse núcleo de atuação se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas, as quais envolviam, inclusive, o monitoramento do Ministro ALEXANDRE DE MORAES”.

Operação Contragolpe da PF

A Polícia Federal prendeu Mário Fernandes nesta terça, 19, por participar da elaboração do esquema chamado “Punhal Verde e Amarelo”, para assassinar Lula, Alckmin e Moraes no dia 15 de dezembro de 2022.

Além do general de brigada, foram presos outros quatro suspeitos de colaborar no planejamento de Golpe de Estado: os militares da Elite do Exército, chamados “kids pretos”, o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo e o major Rafael Martins de Oliveira. E o policial federal Wladimir Matos Soares.

Os indícios do caso “foram identificados, inicialmente, a partir das análises dos dados armazenados no celular de MAURO CÉSAR BARBOSA CID, em especial pela identificação de mensagens compartilhadas entre o referido investigado MARCELO CÂMARA”, informa a PF.

A apuração pontua que “os fatos investigados nesta fase da investigação configuram, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado e organização criminosa”. Com a finalidade de “impedir a posse do governo legitimamente eleito (Lula e Alckmin) e restringir o livre exercício do Poder judiciário brasileiro”.

A Polícia Federal aponta que a investigação está relacionada com a atuação de organização criminosa com cinco eixos de atuação:

a) ataques virtuais a opositores;

b) ataques às instituições (STF, TSE), ao sistema eletrônico de votação e à higidez do processo eleitoral;

c) tentativa de Golpe de Estado e de Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;

d) ataques às vacinas contra a Covid-19 e às medidas sanitárias na pandemia e;

e) uso da estrutura do Estado para obtenção de vantagens, o qual se subdivide em:

e.1) uso de suprimentos de fundos (cartões corporativos) para pagamento de despesas pessoais;

e.2) Inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde para falsificação de cartões de vacina; e

e.3) Desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras ao ex-Presidente da República, JAIR MESSIAS BOLSONARO, ou agentes públicos a seu serviço, e posterior ocultação com o fim de enriquecimento ilícito”.

 

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