General cearense Estevam Teóphilo é citado em plano de golpe de Estado e morte de Lula
General cearense teve reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro para discutir apoio militar ao golpe de Estado em 2022O general cearense Estevam Teóphilo é citado em decisão que deflagrou operação Contragolpe da Polícia Federal (PF) nesta terça-feira, 19, contra grupo de militares que tramaram golpe de Estado e a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército (Coter), o general Estevam Teóphilo se reuniu com o ex-presidente Jair Bolsonaro para discutir apoio militar a um golpe de Estado, em dezembro de 2022, conforme investigação da PF, que identificou mensagens no celular do tenente-coronel Mauro Cid detalhando o encontro.
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As informações constam no texto da decisão que deflagrou a operação Contragolpe, tornada pública pelo ministro Alexandre de Moraes nesta terça-feira, 19.
Diálogos mantidos entre Mauro Cid e o coronel Bernardo Romão Correia Neto apontam que o general Estevam Teóphilo “teria concordado em executar as medidas que culminariam na consumação do golpe de Estado, desde que o então Presidente Jair Messias Bolsonaro assinasse o decreto que vinha sendo debatido e ajustado”, consta no texto.
O decreto em discussão seria a chamada “minuta do golpe”, um dispositivo que previa a intervenção no Poder Judiciário para impedir a posse do presidente petista e convocar novas eleições. As mensagens sinalizaram que Bolsonaro estava redigindo e ajustando a minuta do ilegal decreto golpista.
Na cronologia dos atos criminosos levantados na apuração, o general cearense aparece em um segundo momento. Primeiro, Jair Bolsonaro analisou e alterou a denominada “minuta do golpe”. Em uma segunda ocasião, quando a participação de Estevam Teóphilo ocorreu, houve a reunião com Bolsonaro para consumar o referido golpe.
Estevam Teóphilo depôs na sede da PF
No início de 2024, Estevam Teófilo já havia sido apontado, em investigação da PF, como como parte da organização criminosa responsável por atuar em tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.
Na operação “Tempo Veritatis", as apurações mostraram que Teóphilo seria o “responsável operacional” por organizar as Forças Especiais do Exército, chamados também de “Kids Pretos”. O propósito, na época, seria prender o ministro Alexandre de Moraes, do STF, segundo a PF.
Citado na delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o cearense prestou depoimento em 23 de fevereiro deste ano, na sede da Polícia Federal do Ceará, em Fortaleza. Teóphilo permaneceu na instituição por 5 horas, e falou às autoridades das 14h30 às 19h30.
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