Lula é mais popular no Brasil que Milei na Argentina e supera também outros sul-americanos

Dados da pesquisa Latam Pulse também apresentam o potencial de risco político e de polarização no Brasil

13:02 | Nov. 18, 2024

Por: Lorena Nantua
Entre cinco países latino-americanos, apenas Brasil e México apresentaram aprovação majoritária no estudo (foto: FCO FONTENELE/O POVO)

O índice de aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a 51% no mês de outubro. De acordo com dados da pesquisa Latam Pulse, a gestão foi considerada ótima ou boa por 42% dos brasileiros e ruim ou péssima para 40%.

A análise, realizada de forma colaborativa pela AtlasIntel e Bloomberg, fornece mensalmente dados sobre os cenários político, social e econômico de cinco países da América Latina: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e México.

Além do presidente brasileiro, apenas a governante do México, Claudia Sheinbaum, apresentou uma aprovação majoritária no estudo, tendo alcançado 67%. Assim, Lula é mais popular no Brasil do que Javier Milei (Argentina), Gabriel Boric (Chile) e Gustavo Petro (Colômbia) em seus respectivos países.

Índice de Risco Político

A análise também avaliou o potencial de “turbulência política” com base em três dimensões, relacionadas a instabilidade institucional, conflito social e a prevalência de crime violento.

“O Índice de Risco Político é projetado para avaliar a estabilidade e a previsibilidade de um ambiente político. Ele captura as vulnerabilidades subjacentes que podem interromper a governança, enfraquecer instituições e aumentar a incerteza para os tomadores de decisão”, explica a pesquisa.

Com uma escala de 0 a 100, o número 0 representa “nenhum risco", indicando um ambiente estável e seguro, e 100 indica o nível mais alto de risco, sugerindo perigo iminente de instabilidade ou “colapso político".

Entre todos os países analisados, a criminalidade figurou como o principal fator de risco político. Segundo o estudo, a confiança dos cidadãos no governo é prejudicada significativamente por uma percepção generalizada de insegurança e incapacidade do estado de manter a ordem pública.

O Brasil se destacou por apresentar a menor taxa de risco social, superando a agitação criada pelos ataques de 8 de janeiro de 2023, na qual apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) depredaram as sedes dos Três Poderes.

A polarização social no Brasil

Outro índice presente na pesquisa é o de polarização social, que examina tensões e identifica “gatilhos que podem desencadear a agitação pública”. Também utilizando uma escala de 0 a 100, o número 100 significa o nível mais alto de polarização.

A análise é feita em cinco dimensões: Polarização política, de classe, étnica, religiosa e urbana/rural.

De acordo com o indicador, o Brasil registra maior nível de polarização social entre os países latino-americanos, apresentando 59 de pontuação. Entre os cinco aspectos monitorados, obteve níveis elevados em quatro. Apenas a divisão urbano-rural teve influência menor.

“A polarização religiosa é particularmente proeminente no Brasil, onde os evangélicos são a espinha dorsal do partidarismo de direita, fazendo com que as crenças religiosas desempenhem um papel crucial no debate público e nas eleições em todo o país”, apontou o estudo.

A pesquisa AtlasIntel

O instituto AtlasIntel se destacou por apresentar a pesquisa que mais se aproximou do resultado da eleição presidencial dos Estados Unidos deste ano, na qual o republicano Donald Trump superou Kamala Harris, do partido Democrata.

O estudo, publicado no dia 31 de outubro, mostrou Trump com 49,1% das intenções de voto ante 47,2% de sua oponente.