Pai de André Fernandes defende escala 6x1: 'Deus fez o homem, ele trabalha e no 7º dia descansa'

Na Assembleia Legislativa do Ceará e na Câmara Municipal de Fortaleza, viabilidade de mudar a jornada foi debatida. Vereador disse que, se PEC for aprovada, Brasil vai virar uma Venezuela

18:25 | Nov. 15, 2024

Por: Wilnan Custódio
Deputado estadual Alcides Fernandes (PL) (foto: Junior Pio)

Deputados estaduais do Ceará e vereadores de Fortaleza repercutiram, nessa quinta-feira, 14, o projeto de emenda à Constituição que pretende acabar com a jornada de trabalho 6x1 — seis dias de trabalho e um de folga. No plenário da Assembleia, parlamentares questionaram a viabilidade da proposta alegando que seria danosa para a economia.

O deputado Alcides Fernandes (PL) classificou a PEC que propõe a mudança, como catastrófica. “Estamos vendo muitas empresas sendo fechadas no Estado do Ceará, a gente está vendo personagens como a deputada Erika Hilton (Psol-SP), o (Guilherme) Boulos (Psol-SP), o (José) Guimarães (PT-CE), e personagens que estavam dando entrevista dizendo que agora vai melhorar a vida dos trabalhadores. Já vindo aí uma catástrofe, que não passa”. Alcides é pai do deputado federal licenciado André Fernandes, que foi candidato a prefeito de Fortaleza.

Alcides, que é pastor evangélico, completou, em alusão bíblica: "Deus fez o homem, ele trabalha e no sétimo dia ele descansa. O homem não é de ferro, ele trabalha os seis dias e no sétimo ele descansa".

Para o deputado, se a emenda for aprovada, o país deve passar por problemas de falência de empresas. Ele considera que o projeto não será aprovado, devido à falta de apoio do presidente Lula. "O cara trabalhar quatro dias e folgar três, rapaz vai ser um quebradeira, e não vai passar porque nem o próprio Lula tá concordando com isso", completou o deputado.

Para o deputado Felipe Mota (União BRasil), não há um debate em torno do impacto econômico que a mudança vai causar. “Eu olhei a PEC da deputada do 6x1, uma folha. Não tem nada que discuta o impacto, nem do trabalhador nem do empresário. Ela foi perguntada em um programa de TV, ela não soube responder”, criticou.

“Não vi as categorias, não vi as entidades sindicais dando seus planejamentos não. Ninguém quer ser responsável por demissão em massa não”, completou Felipe no seu discurso na tribuna.

Pedindo a palavra, o deputado Alysson Aguiar (PCdoB) disse o debate é importante para os trabalhadores, mas pediu discussão maior sobre o tema. “Eu já fui trabalhador, sou farmacêutico, trabalhei de segunda a sabado e sei como é importante para o trabalhador ter o sábado, para que possa aumentar o lazer, descansar com a família, mas a gente pede muita responsabilidade dos colegas deputados e senadores, pois a gente tem que fazer uma discussão profunda, não uma discussão de cortes para as redes sociais”, argumentou o deputado.

Na Câmara Municipal, o vereador Julierme Sena (PL) fez um discurso mais ácido, acusando o presidente Lula diretamente pela proposta. “O Lule (sic) agora que agora tenta bancar o heroi dos trabalhadores. Se essa PEC passar, se essa excrescência, essa maldita, o Brasil vai virar uma Venezuela”, disse o vereador Bolsonarista.