O que se sabe sobre as explosões na Praça dos Três Poderes

O homem vitimado nas explosões da Praça dos Três Poderes realizou ataques ao STF, a Lula e aos presidentes do Congresso em suas redes sociais; corpo é retirado do local na manhã desta quinta

Após as explosões seguidas que ocorreram no início da noite dessa quarta-feira, 13, na Praça dos Três Poderes, próximo ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, as investigações estão sendo encaminhadas a cargo da Polícia Federal e Polícia Civil.

No local, a Polícia Militar realizou uma varredura nas imediações da praça e interditou as vias de acesso às Casas. Francisco Wanderley Luiz, identificado como o homem que morreu com as explosões, teria chegado ao local e demonstrado uma atitude suspeita, segundo o segurança presente no momento.

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O que aconteceu?

Por volta das 19h30min dessa quarta-feira, um carro explodiu no estacionamento entre o Supremo Tribunal Federal e o IV Anexo da Câmara dos Deputados.

No estacionamento, a explosão do carro foi acionada por Francisco Wanderley. Cerca de 20 segundos depois, ele seguiu para a Praça dos Três Poderes, onde ocorreram outras explosões. Uma delas o vitimou. Após o ocorrido, o local foi isolado.

Em imagens registradas por câmeras de segurança, ele aparece jogando os explosivos e depois se deita, aguardando a explosão que o matou.

Quem era o homem que morreu?

O catarinense Francisco Wanderley Luiz, 59 anos, morreu durante as explosões. Ele é o dono do carro que explodiu com os artefatos acionados.

Wanderley foi candidato pelo PL nas eleições municipais de 2020, no município de Rio do Sul (SC), quando recebeu 98 votos. Uma hora antes do início das explosões, ele realizou postagens nas redes sociais com ataques ao STF, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aos presidentes das duas Casas do Congresso Nacional.

O que dizem os relatos?

No momento, apenas um segurança estava no local. Conforme relatos à polícia, um dos agentes do STF afirmou que Wanderley estava com uma mochila, de onde retirou uma blusa, artefatos e um extintor.

Ainda conforme Boletim de Ocorrência, o segurança de plantão tentou aproximar-se do homem, mas avistou algo semelhante a um relógio digital, que acredita ser uma bomba, após ele abrir a camisa. Wanderley lançou alguns artefatos, que explodiram antes dele deitar no chão.

O que estava ocorrendo no momento das explosões?

No momento do ocorrido, havia sessões em andamentos na Câmara e no Senado, que foram encerradas. A Câmara estava discutindo a pauta da PEC que amplia a imunidade tributária das igrejas e decidiu finalizar as atividades cerca de uma hora após o ocorrido.

Quem irá investigar?

A Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar o caso, que será encaminhado ao ministro do STF, Alexandro de Moraes. A Polícia Civil (PC) do Distrito Federal também está realizando apurações.

A PF deve reconstituir a cena, estratégia parecida com a reconstrução do cenário na identificação dos crimes de 8 de janeiro do ano passado.

O que falta esclarecer?

Ainda não se sabe quais as motivações de Francisco Wanderley e se havia alvos específicos para serem atingidos. Não há informações também se o homem agiu sozinho ou se recebeu apoio. As especificidades dos artefatos usados para causar as explosões também não foram divulgadas.

Como está o funcionamento das Casas?

Nesta quinta-feira, 14, o Congresso está fechado. As vias de acesso estão interditadas pela polícia. O Senado Federal cancelou o expediente e a Câmara dos Deputados não tem sessões pela manhã. O Supremo Tribunal Federal também não está funcionando na manhã desta quinta-feira, 14. O Palácio do Planalto está em atividade e o presidente Lula manteve a agenda do dia.

Todos os dispositivos foram desativados?

Na manhã desta quinta-feira, 14, o corpo de Francisco Wanderley ainda permanecia no local para desativação de artefatos. A polícia realizou uma série de explosões controladas. No corpo dele, havia outros dispositivos plugados, que foram neutralizados um a um.

O corpo foi retirado do local, ainda pela manhã, por volta das 9 horas, após realização de todos os procedimentos para desativação dos dispositivos. Um carro do Instituto Médico Legal (IML) levou o corpo e, no local, restam apenas carros do Esquadrão Antibombas.

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