Bolsonaristas trocam mensagens sobre "enterro da anistia" após explosões em Brasília

Deputados afirmam que o ataque prejudica os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro

Após as explosões na Praça dos Três Poderes na noite dessa quarta-feira, 13, deputados bolsonaristas afirmaram em grupos de WhatsApp que a ação deve prejudicar o projeto que tramita na Câmara dos Deputados para dar anistia aos condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro.

Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, conhecido como "Tiu França", que morreu durante o ataque e era dono do carro que explodiu, foi candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL) em 2020.

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O jornal Folha de S.Paulo teve acesso a mensagens enviadas em dois grupos integrados por deputados da oposição, nas quais os parlamentares comentavam o atentado.

Ao enviar uma imagem do suspeito da explosão, o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) escreveu: “Parece que foi esse cara mesmo. Agora vão enterrar a anistia. Pqp”.

Em resposta, o deputado Capitão Alden (PL-BA) disse que “lá se foi qualquer possibilidade de aprovar a anistia”.

“Adeus redes sociais e esperem os próximos 2 anos de perseguição ferrenha! Com certeza o inquérito das fake news será prorrogado ad eternum”, completou.

Em outro grupo, o deputado Eli Borges (PL-TO) escreveu que “se tentou ajudar atrapalhou”. E ainda disse: “Agora o Xandão [apelido para Alexandre de Moraes] vai dizer: ‘é a prova que o 8 de janeiro era necessário’”.

O projeto para anistiar presos por participação nos atos antidemocráticos do 8 de janeiro é considerado uma pauta cara aos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com a proposta, o grupo bolsonarista tinha expectativas de chegar mais fortalecido nas eleições de 2026.

No fim de outubro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), retirou a proposta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa e determinou a criação de uma comissão especial para analisar o texto, que ainda não foi oficializada.

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