Elon Musk terá cargo no governo dos EUA; entenda vaga criada por Trump

O milionário tornou-se um apoiador influente de Trump durante a campanha. Agora, ele assume um cargo que visa fornecer "conselhos e orientações" ao governo que se inicia em 2025

14:07 | Nov. 13, 2024

Por: Évila Silveira
Musk se tornou um aliado-chave de Trump durante sua campanha (foto: Jim WATSON / AFP)

O bilionário Elon Musk, que atuou como um dos principais apoiadores públicos e financiadores da campanha de Donald Trump nos Estados Unidos, foi anunciado entre os nomes que formarão a nova equipe da Casa Branca nesta terça-feira, 12.

O CEO de tecnologia e homem mais rico do mundo se manifestou em uma publicação em sua rede social, o X (ex-Twitter), e fez promessas diante do anúncio realizado pelo presidente eleito. Veja tudo que se sabe sobre o cargo de Musk no governo americano.

Qual é o cargo de Elon Musk no governo dos EUA?

Musk será o chefe do chamado "Departamento de Eficiência Governamental", ao lado do empresário norte-americano Vivek Ramaswamy. Eles receberam o prazo de julho de 2026 para realizar os trabalhos.

"Juntos, esses dois americanos extraordinários abrirão o caminho para que minha administração desmonte a burocracia governamental, elimine regulamentações excessivas, corte gastos desnecessários e reestruture agências federais - essenciais para o Movimento 'Salvar a América'", declarou Trump em um comunicado.

Musk sugeriu criação do departamento

Durante uma live em agosto, o presidente acolheu a ideia de Musk se juntar a um segundo mandato republicano para cortar desperdícios do governo. O bilionário se ofereceu para participar de uma "comissão de eficiência governamental".

Na época, Trump pareceu gostar da ideia, chamando o bilionário de "o maior cortador", em uma aparente referência a demissões em massa que Musk já fez em suas empresas.

Trump e Musk abordam diversos temas em conversa no X apesar de ataque cibernético; CONFIRA

Departamento de Eficiência Governamental

O Departamento de Eficiência Governamental leva abreviatura de "DOGE", uma aparente referência ao gosto de Musk pela criptomoeda Dogecoin, cujo mascote é um Shiba Inu.

Não existe um departamento federal, portanto ele atuará de fora do governo para fornecer "conselhos e orientações", segundo Trump. O presidente afirmou que trabalharão com autoridades da Casa Branca para "impulsionar uma reforma estrutural em larga escala".

Transparência

Musk afirmou que "todas as ações do Departamento de Eficiência Governamental serão publicadas on-line para máxima transparência". Ele acrescentou ainda que sugestões sobre a necessidade de cortes ou contenção de gastos poderão ser sinalizadas.

"Também teremos uma tabela de classificação para os gastos mais insanamente idiotas do seu dinheiro de impostos. Isso será extremamente trágico e extremamente divertido", finalizou a postagem no X.

LEIA MAIS | Elon Musk mantém conversas secretas com Vladimir Putin desde 2022

Entenda relação entre Elon Musk e Donald Trump

A primeira aparição de Musk com Trump foi em 5 de outubro, em Butler (Pensilvânia). Durante o comício, o empresário discursou advertindo que seriam "as últimas eleições" caso Trump não vencesse, alegando que os democratas tomariam o controle do país.

O milionário tornou-se financiador e o apoiador mais influente de Donald Trump durante a campanha do republicano para voltar à Casa Branca. Em julho, ele criou um comitê de ação política para arrecadar contribuições para atividades relacionadas às eleições na época.

Musk usou suas redes para promover Trump, especialmente em temas como imigração e questões de gênero. Ele divulgou teorias conspiratórias sobre manipulação de máquinas de votação.

O que Musk ganha em troca?

Além do cargo anunciado nesta terça, 12, o dono da Tesla e da SpaceX busca indicar colaboradores diretos de suas seis empresas para cargos nas agências federais, principalmente do Departamento de Defesa dos EUA, um dos maiores clientes de sua empresa de satélites.

Com apoio do presidente, que supervisiona essas agências, Musk pode ganhar o poder de supervisioná-las diretamente por estar no Departamento de Eficiência Governamental. Assim, ele terá mais autonomia para lidar com os limites impostos pelo governo federal.

Com informações da AFP e da Agência Estado