Presidência da Alece: oposição aguarda diálogo para definir se compõe ou lança chapa
Deputados ouvidos pela reportagem relatam que estão abertos à possibilidade de apoiar o candidato escolhido pelo Governo, desde que que atenda interesses da oposiçãoAs articulações para a escolha do próximo presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) estão a todo o vapor, ainda mais após a decisão do Governo Estadual de definir Fernando Santana (PT) como candidato.
Deputados da oposição relataram nesta terça-feira, 12, que ainda aguardam diálogo com o próprio Fernando para decidirem se irão compor uma chapa para garantir espaços na Casa ou mesmo lançar uma chapa contrária a sucessão do parlamento cearense.
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Cláudio Pinho (PDT), que faz oposição ao governador Elmano de Freitas (PT), destacou que o bloco fora da base conta com deputados do PL, do União Brasil e até poderá ter do PSDB, fazendo referência a Emilia Pessoa, única tucana na Casa. Ele citou a frase de Elmano em que o petista diz que o nome de Fernando estaria acertado caso a base assim o quisesse, mas de acordo com Pinho, não há ninguém da base indo contrário.
"Vocês que fazem imprensa, viram alguém da base questionar a candidatura do deputado Fernando? Então acho que está resolvido. Se não tem ninguém da base questionando. Nós da oposição que estamos vendo a possibilidade de fazer o lançamento de uma chapa", afirmou.
A oposição defende pautas prioritárias para a próxima Mesa Diretora como emendas impositivas pelos próprios deputados e abertura das galerias para a população.
Líder do União crítica hegemonia petista
Sargento Reginauro, líder do União Brasil, confirmou que o bloco trabalha com a ideia de compor uma chapa governista, chamando a prática de "boa política", condicionando isso a espaços garantidos para a oposição. Caso contrário, o grupo lançaria uma chapa própria. Ele, porém, se posicionou contra a escolha do PT.
"A minha posição pessoal, enquanto parlamentar, não considero realmente de bom tom que o PT queira também ter a presidência da Assembleia e aí estabelecer essa hegemonia absoluta de poder no Ceará", declarou.
Ainda de acordo com o deputado, há movimentos de bastidores de outros parlamentares tentando se viabilizar para ser o próximo presidente da Alece no biênio 2025/26. Reginauro, porém, apontou que eles fazem tais ações de forma silenciosa.
"Ainda há movimentos de bastidores. Deputados que não querem se pronunciar porque acham que se pronunciarem dificultará o seu próprio trabalho. Então querem fazer silenciosamente, mas eu posso dizer para vocês, temos pelo menos mais três interessados, inclusive dentro da base do governo, nessa disputa, além da oposição que está tentando compor", disse.
Segundo fontes confidenciaram ao O POVO, o grupo de parlamentares ligados ao senador Cid Gomes (PSB) estaria em conversas para reunião, uma vez que não foram consultados sobre a decisão que definiu Fernando Santana candidato. Nomes como Guilherme Landim (PDT), Osmar Baquit (PDT), Romeu Aldigueri (PDT), Salmito Filho (PDT) e Sérgio Aguiar (PDT) eram cotados para concorrer ao posto.
É possível uma unificação no PDT?
Antônio Henrique (PDT) também ratificou que a decisão da oposição referente a sucessão de Evandro Leitão (PT) no legislativo cearense será tomada em grupo. Mas, uma vez que Fernando tenha a candidatura selada, ele irá procurá-lo para apresentar suas propostas prioritárias.
"Eu disse pra ele (Fernando Santana) que nós somos um grupo, a oposição está aqui unida, nós vamos sentar e conversar com esse grupo, depois, se for realmente ele o candidato, sentar com ele pra poder apresentar as nossas propostas (...) A oposição está aqui pronta, ajustando alguns detalhes. Se for o caso, até para botar uma chapa também. Nós vamos ouvir cada um, inclusive nós mesmos que podemos ser uma opção", afirmou.
O pedetista citou o fato do PDT ter a maior bancada. São 14 deputados estaduais, mas divididos entre governistas e opositores. Ele considera que poderia ser feita uma reunião para buscar unificação em relação a eleição da Mesa Diretora.
"Não teve nenhuma reunião desse grupo todo. E eu imagino que se venha a se reunir, não vou dizer que eu não participaria, mas eu talvez nem seria convidado porque é um grupo que tem lá as suas diferenças com esse outro grupo de cá. Essa questão dessa conversa de unificação pode até ser que tenha e se tiver pode até ser que seja boa", disse Antônio Henrique.