Elmano considera positivo fim da escala 6x1 e defende diálogo com empresas e sindicatos
Discussão sobre o tema surge a partir de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de autoria da deputada federal Erika Hilton (Psol) que ganha força nas redes sociais
15:30 | Nov. 12, 2024
O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT) se manifestou acerca da discussão nacional sobre o fim da escala de trabalho 6x1 (seis dias de trabalho e um de descanso) e defendeu o debate sobre o tema. Na visão do petista, a discussão é positiva, mas necessita de diálogo entre as diversas partes envolvidas no processo.
"É um tema muito importante e que diz respeito ao dia a dia da classe trabalhadora no Brasil. Ao mesmo tempo, isso não pode ser feito sem sentar com o setor empresarial, sem sentar com as centrais sindicais, para entender rapidamente qual o benefício e quais as repercussões. Tudo aquilo que puder ser feito para a vida do trabalhador melhorar, na minha opinião, deve ser feito", ressaltou.
E seguiu: "Agora, deve ser feito dialogando com o setor produtivo e não apenas com a imposição. Penso que é bom e, sendo bom, deve ser discutido com postura de tentar construir. Como constrói e em que tempo isso é feito, é preciso ser dialogado", opinou.
As declarações foram dadas nesta terça-feira, 12, durante agenda do governador no Senai da Barra do Ceará, em Fortaleza. O tema virou debate nacional e figura entre os mais comentados nas redes sociais.
A discussão começou a partir de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de autoria da deputada federal Erika Hilton (Psol). O texto promove discussões sobre uma revisão na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para abolir a escala 6x1. Há uma crescente mobilização nas redes sociais em busca pressionar parlamentares a assinar a PEC. O número mínimo de assinaturas para que a PEC comece a tramitar no Legislativo é de 171 deputados.
Manifestações contra e a favor ocorreram recentemente. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) tratou o tema como uma “tendência mundial”, após discursar na COP-29 em Baku, no Azerbaijão. Alckmin está à frente da pasta de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego, disse em seu perfil no X (antigo Twitter) que a redução da jornada de trabalho é “possível e saudável” e que a pasta acompanha a discussão de perto. "A questão da escala de trabalho 6x1 deve ser tratada em convenções e acordos coletivos de trabalho. A pasta considera, contudo, que a redução da jornada para 40H semanais é plenamente possível e saudável, quando resulte de decisão coletiva", escreveu.
Já o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) manifestou-se contra a PEC em questão. “Eu sou sempre favorável à questão da livre negociação entre empresa e trabalhador. Se alguém foi contratado para folgar duas vezes por semana, se isso foi pactuado entre as partes, ótimo. Se foi pactuado para folgar uma vez por semana e ambas as partes concordaram, ótimo”, disse Zema em entrevista à Rádio Itatiaia. Na opinião do gestor, há discussões mais urgentes. "Temos coisas muito mais importantes para fazer, que é uma reforma administrativa para o Estado custar menos e nós reduzirmos impostos”.