Candidatos a prefeito de Fortaleza gastaram mais de R$ 62 milhões no 1º turno

O maior número de gastos foi de André Fernandes (PL), que somou quase R$ 18 milhões. Em seguida aparecem José Sarto, com R$ 17,38 milhões, e Evandro Leitão, com R$ 11,66 milhões. Em contrapartida, a campanha mais barata foi de Chico Malta (PCB) que totalizou menos de R$ 5 mil

Terminou na última terça-feira, 5, o prazo para os candidatos, candidatas e partidos políticos que disputaram o primeiro turno das eleições municipais de 2024 fazerem a prestação de contas da campanha por meio do Sistema de Prestação de Contas Eleitorais (SPCE).

A data ainda não é a definitiva para os que disputaram o segundo turno e aos transferiram as sobras da campanha ao partido na circunscrição da campanha, de acordo com a origem dos recursos e a sua filiação. A determinação inclui os créditos contratados pelo impulsionamento não utilizado.

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Uma das eleições mais disputadas do Brasil, Fortaleza teve nove candidatos ao cargo de prefeito. O total de gastos no primeiro turno somam R$ 62.910.463,39, de acordo com o site de divulgação de candidaturas e contas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Campanha mais cara

Na capital cearense, o candidato que teve a campanha mais cara no pleito foi o deputado federal André Fernandes (PL), que venceu o primeiro turno e ficou na segunda colocação final, somando R$ 17.902.440,30 de despesas pagas. O postulante recebeu um total líquido de R$ 18.291.344,44, sendo grande parte oriunda de repasse da direção nacional do PL, que foi R$ 17.238.900, 00.

Os maiores gastos da campanha de Fernandes foram com duas agências de marketing. A de Pablo Nobel, que trabalhou com o presidente da Argentina Javier Milei, (mais de R$ 5 milhões) e a Timoneiro Marketing (mais de R$ 2 milhões).

O candidato do PL, utilizou durante o pleito no primeiro turno R$ 4.300.00,00 de fundo partidário. A maior parte foi vinda de fundo especial.

Campanha mais barata

A campanha mais barata de Fortaleza foi a de Chico Malta (PCB) com um total de R$ 4.604 de despesas gastas, cerca de 0,03% do valor gasto por André Fernandes. Os recursos foram recebidos por meio de cinco doações cujo o maior valor é de 800 reais. Quase 90% dos gastos foram com gráficas para material de campanha.

Gastos de Evandro no 1° turno

Evandro Leitão (PT), candidato que foi eleito prefeito de Fortaleza no segundo turno teve gastos inferiores a campanha de André Fernandes no primeiro turno. O petista apresentou R$ 11.667.330,59 de valores utilizados.

Do montante, nenhum centavo é oriundo do fundo partidário, de acordo com a prestação de contas do TSE. O maior doador foi a direção nacional do PT que injetou R$ 12.223.250,29 na campanha de Evandro. Já entre os gastos, a maior parte dos recursos usados nas redes sociais como o Facebook e no impulsionamento de postagem referentes ao petista.

Gastos de Sarto

O atual prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT) não obteve êxito na tentativa de reeleição ficando na terceira colocação, sem avançar ao segundo turno, apesar de ter gastos maiores do que o de Evandro Leitão.

A campanha do pedetista declarou R$ 17.328.519,93 de despesas pagas, sendo assim, a segunda mais cara dos nove postulantes, atrás apenas de André Fernandes. Embora, não tenha se utilizado de fundo partidário.

Entre os doadores, Sarto recebeu R$ 15 milhões da direção nacional do PDT. O maior valor doado por uma pessoa na campanha foi Prisco Bezerra (PDT), suplente de senador de Cid Gomes (PSB) e irmão do ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT), que enviou R$ 1 milhão para a campanha do prefeito. Além dele, o ex-senador Tasso Jereissati (PSDB) injetou R$ 600 mil.

Os maiores gastos foram com a consultoria Triton e também com a rede social Facebook além de mais de R$ 700 mil com institutos de pesquisa.

Gastos de Wagner 

Em sua terceira candidatura consecutiva para prefeito de Fortaleza, Capitão Wagner (União Brasil) terminou na quarta colocação, ficando pela primeira vez de fora do segundo turno. Apesar disso, ele também utilizou mais recursos na campanha do primeiro turno do que Evandro.

Ao total, o candidato do União Brasil gastou R$ 12.501.729,26, sendo 17 mil reais oriundos do fundo partidário. A sigla, a qual ele preside no Ceará, foi a maior doadora da campanha de Wagner, tendo repassado mais de 12 milhões de reais.

Os maiores gastos foram com a DLocal LTDA, uma empresa de tecnologia financeira transnacional e uma empresa de marketing e comunicação.

Gastos de outros candidatos

O senador Eduardo Girão (Novo) terminou a eleição para prefeito na quinta colocação. Ele gastou pouco mais de R$ 2,5 milhões, sendo apenas R$ 35 do fundo partidário. Dos maiores doadores, estão a direção nacional do partido Novo com R$ 2.144.800,00 e o próprio Girão, que tirou R$ 300 mil do próprio bolso.

Técio Nunes (Psol) declarou R$ 737.582,05 de recursos gastos na campanha, todos do fundo especial, ou seja, zero com fundo partidário.

De acordo com o site do TSE, o candidato recebeu apenas duas doações, sendo R$ 700 mil da direção nacional do Psol e mais 150 mil reais da direção nacional da Rede, partido ao qual a sigla de Técio é federada.

George Lima (Solidariedade) gastou R$ 207.603,45 na campanha, sendo que não recebeu recursos do seu partido. O maior doador foi ele próprio que enviou para a sua candidatura R$ 51.351,31.

Por fim, Zé Batista (PSTU) gastou R$ 55.150,00, sendo R$ 100 a menos do que o total líquido de recursos recebidos. De apenas três doadores, o maior montante foi enviado pela direção nacional do PSTU com pouco mais de R$ 54 mil, o equivalente a quase 98% de todo o valor doado.

 

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