Elmano defende o surgimento de novas lideranças como forma de reestruturação do PT

Governador do Ceará relata que o partido tem se renovado em ritmo mais lento que a extrema direita no Brasil

O governador Elmano de Freitas fez uma avaliação do desempenho do PT nas eleições de 2024. Ele considera que houve um avanço do partido quanto aos resultados das urnas, mas pondera que há desafios para uma renovação na sigla e que a revelação de novas lideranças para os próximos anos é necessária para reestruturar a legenda. 

"Nós temos um trabalho muito forte, por exemplo, em formação de lideranças. Aqui no Ceará, eu penso que temos feito uma renovação muito significativa. Eu mesmo sou uma liderança nova no partido, e estou como governador. Nós temos vários prefeitos do nosso partido, que são lideranças novas, de 35 [anos] para baixo, ou seja, lideranças que estão surgindo. E acho que em vários estados, nós precisamos dar voz e vez às novas lideranças", afirmou Elmano em entrevista nessa sexta-feira, 1º, para a CNN Brasil.

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Fortaleza foi a única capital a eleger um prefeito do PT, com Evandro Leitão (PT) vencendo a disputa por uma diferença inferior a 11 mil votos André Fernandes (PL). Passado o embate, o governador reflete sobre o momento em que o partido vive e os motivos de lideranças de direita terem apresentado um bom desempenho eleitoral.

"Se nós olharmos como a extrema direita cresceu recentemente no Brasil, ela cresceu com novas lideranças, lideranças novas que foram aparecendo na luta política. Na esquerda ainda temos um número de lideranças novas que estão crescendo em ritmo muito lento. Então nós temos que acelerar a possibilidade de reforçar essas lideranças novas, seja do PT, do PSB, dos partidos progressistas" apontou.

O governador defendeu ainda que, para eleições gerais, o eleitor leva em consideração aspectos diferentes quanto à escolha de seu candidato. "São processos distintos, separados, com dinâmicas próprias, com critérios do eleitor na hora de votar, também diferenciados. E portanto é importante ter muita cautela, porque nós precisamos do PT fazer a nossa avaliação interna, avaliar o que podemos melhorar, o que é que tem de novo na sociedade brasileira, que nós estamos tardando a dialogar com uma maior intensidade, e ao mesmo tempo saber que tudo isso na eleição presidencial vai se colocar de uma maneira diversa do que se coloca na eleição municipal", concluiu.

Elmano defende PEC da segurança: "Todos os estados vivenciam situações muito difíceis"

O governador do Ceará também falou sobre a reunião entre governadores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e membros do Governo Federal que discutiu as mudanças que devem ser propostas na Constituição na área de segurança pública. O petista avaliou que há um entendimento entre os governadores da necessidade de "endurecer" a legislação e mudar o sistema de progressão de penas, além de unificar os dados.

"Eu considero muito importante e creio que temos todas as condições de aprovar porque efetivamente todos os estados vivenciam situações muito difíceis no que diz respeito à segurança pública do País, é o maior desafio de política pública que temos hoje para nossa sociedade", considerou. 

A reunião teve momentos de desconforto como a da fala do governador goiano, Ronaldo Caiado (União Brasil), que alegou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) seria "uma intervenção indevida no poder estadual". Lula chegou a ironizar a declaração ao fim do encontro.

Apesar disso, Elmano considerou que "todas as forças políticas" desejam endurecer a legislação. "Não podemos conviver com a situação de pessoas com cinco, seis homicídios e permanecem soltas ou que tenham uma progressão de regime que tem como consequência ela ser solta", ressaltou.

Além da PEC, Elmano apontou ser necessário também a implementação de outras medidas. "Também temos (os governadores) uma opinião clara de que apenas colocar na Constituição é insuficiente para atender e o medo que hoje nosso povo sente. Os governadores que estiveram na reunião, todos, absolutamente todos, foram muito enfáticos de que nós podemos discutir e aprovar a PEC, um ou outro questionamento, que é possível chegar em um entendimento, mas é preciso medidas práticas", disse. 


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