Ameaça da Polícia Venezuelana ao Brasil gera forte repercussão; veja reações

Publicação da Polícia Nacional Bolivariana ameaça o Brasil: "Quem se mete com a Venezuela se dá mal", em tradução livre

Após publicação ameaçadora nas redes sociais da Polícia Nacional Bolivariana, da Venezuela, direcionada ao Brasil nessa quinta-feira, 31, a ação repercute entre analistas políticos e sociedade civil desde o compartilhamento da postagem.

A montagem publicada traz uma imagem em que aparece a silhueta borrada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de fundo a bandeira do Brasil com a seguinte frase: “Quem se mete com a Venezuela se dá mal”, diz o texto na publicação, em tradução livre.

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

Na legenda, está escrito “nossa pátria é independente, livre e soberana. Não aceitamos chantagem de ninguém, não somos colônia de ninguém”, consta no texto.

Para Iago Caubi, mestre em Relações Internacionais, a “publicação, em si, não tem tanto peso pragmático. É uma instituição interna que não tem poder diplomático. Porém, é um sinal evidente de como o governo Venezuelano está lidando com o distanciamento diplomático entre os dois países”, analisa.

O estudioso acredita que o Itamaraty não vá responder protocolarmente à ameaça e que não deve alimentar essa discussão.

Após o ocorrido, posicionamentos repercutem nas redes sociais. O jornalista e escritor Leandro Fortes escreveu em seu perfil pessoal: “Vetar a Venezuela, maior reserva de petróleo do planeta, no Brics, foi a maior c*gada da história recente da diplomacia brasileira. E não adianta agora ficar botando a militância petista para passar pano”.

A analista política e professora de filosofia Biazita Gomes compartilhou em suas redes que “os ataques de Maduro ao Brasil vão muito além da questão Brics. Têm relação com a disputa de Essequibo”, escreveu após a postagem da Polícia.

Com as investidas da Venezuela, “as relações entre os países tendem a se afastar e ainda é imprevisível até onde o regime de Maduro está disposto a ir. É importante ressaltar que a força diplomática do Brasil é por meio da mediação de conflitos”, comenta Iago Caubi.

Escalada da crise entre Brasil e Venezuela

Antes aliado, Lula distanciou-se de Maduro após trocas de farpas sobre as eleições presidenciais venezuelanas realizadas em julho. Nas eleições no país vizinho, em julho deste ano, a oposição questionou a vitória de Nicolás Maduro e afirmou que o oposicionista Edmundo González teria supostamente vencido com cerca de 70% dos votos.

Na época, Lula disse à TV Centro América, do Mato Grosso do Sul, que era necessário que as pessoas que não concordaram com o resultado da eleição tivessem o direito de se expressar e de provar o porquê não estavam de acordo. As falas do presidente não foram bem recebidas por Maduro.

Na última reunião da cúpula dos Brics, realizada entre os dias 22 e 24 de outubro, em Kazan, na Rússia, o Brasil endossou a relação conflituosa entre os países.

“As relações entre esses dois países estão se distanciando há um tempo e, ao contrário do que se pensava, a eleição do Lula não mudou o cenário. Hoje, Venezuela e Brasil possuem interesses de Estado que entram em conflito”, avalia Iago Caubi.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar