Barroso defende STF após acusações de autoritarismo: "Supremo está salvando a democracia"

Luís Roberto Barroso diz ao New York Times que "se não fosse essa investigação (do STF) a democracia no Brasil teria entrado em colapso"

16:04 | Out. 18, 2024

Por: Alice Barbosa
MINISTRO Luís Roberto Barroso diz que o "Supremo está salvando a democracia" (foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O jornal The New York Times questionou se o Supremo Tribunal Federal salva ou ameaça a democracia brasileira, por meio de uma reportagem publicada nessa quarta-feira, 16. Em torno dessa questão, o jornal mais lido do mundo aborda sobre as acusações de autoritarismo que a instituição enfrenta, além de uma possível expansão e acúmulo de poder que o judiciário brasileiro adquiriu.

Luís Roberto Barroso, presidente do STF, defende que a instituição vem sofrendo ataques e acusações de autoritarismo. "Estamos defendendo vigorosamente a democracia”, rebateu. Para Barroso, o crescimento do radicalismo da extrema direita, que não ocorreria apenas no Brasil, é um fenômeno mundial. Segundo ele, as ações do STF têm sido assertivas.

O NY Times conversou com os ministros do STF, procuradores e especialistas em Direito. Com o título "O Supremo está salvando ou ameaçando a democracia?”, a reportagem conclui que a Suprema Corte brasileira assumiu proeminência inédita nos últimos cinco anos.

O destaque ocorreu após o Supremo abrir investigações em relação a ataques contra o STF, no chamado inquérito das fake news, que é uma das maiores polêmicas da instituição. O material do NYT aborda diversas decisões do Supremo sob a justificativa de “proteger a democracia” e aponta que as reações do STF foram extremas.

Entre os casos citados pela reportagem, estão pedidos de prisão, ordens de censura contra veículos conservadores, bloqueio e remoção de perfis de parlamentares da extrema direita e investigações contra bolsonaristas.

O presidente do STF comenta que a extrema direita ataca as instituições, circula desinformação, e “talvez tenha até tentado um golpe de Estado”. Para ele, o contexto exigiu essas decisões.

“Se não fosse essa investigação, a democracia no Brasil teria entrado em colapso”, disse ao NYT o ministro Dias Toffoli.