Tasso chama Camilo de 'coronel': 'Com características de fazer Adauto Bezerra ficar vermelho'
Encontro rendeu desabafo sobre Wagner, comparação de André Fernandes a Marçal e análise sobre "timidez" de Sarto
22:41 | Set. 23, 2024
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"Eu tenho verificado, como eu disse, eu não sou mais político, não tenho participado, mas eu não vi em nenhuma presença ou solenidade do governador Elmano em que o Camilo presente ou não, na maioria das vezes, presente, (não) seja mais exaltado do que o próprio governador. Ao meu ver, até apagando um pouco a figura do governador", disse o tucano.
Tasso criticou, ainda, familiares de Camilo em pastas estaduais. "Se fosse no meu tempo, se eu tivesse um irmão meu controlando praticamente toda a verba da Secretaria de Cultura; minha mulher, secretária, e que foi secretária durante a campanha dele para senador. Se tivesse meu pai como presidente do partido aliado, que foi assumido", alfinetou.
E seguiu: "E tivesse a minha secretária, acho que alguns de vocês conhecem a Marilu, como a senadora colocada por mim, evidentemente, que eu seria chamado, com razão, de coronel, porque o Adauto, só simbolizando uma época, nunca teve coragem de fazer tanto".
Camilo responde
Camilo respondeu Tasso nesta terça-feira, 24, em entrevista ao O POVO. "Eu fui o governador que não coloquei um familiar no meu governo e olhe que a minha mulher trabalhou muito. A minha mulher, hoje, é reconhecida numa das ações mais reconhecidas no Brasil que é o programa Mais Infância Ceará, tudo voluntário. Quando eu saí do governo, ela foi convidada, foi uma decisão dela dar sua contribuição e tem feito um grande trabalho. Aliás, eu nem queria".
E adicionou, agora diretamente sobre Tasso: "Agora, ele falar isso de mim... Ele precisa se olhar no espelho, né, às vezes, porque todo mundo sabe a minha maneira de agir de diálogo, de respeito, de simplicidade. Acho que a coisa mais importante para mim como homem público, a gente está na vida pública, é o reconhecimento da população.
Tasso comentou sobre decepção com Wagner
O ex-senador também comentou sobre ter apoiado Capitão Wagner (hoje no União Brasil) para prefeito de Fortaleza na campanha de 2016. "Eu, naquele momento, sem dúvida nenhuma, enxerguei no Capitão todas as características de um líder e, ele, muito novo, com uma liderança muito grande principalmente na Polícia Militar, mas, ele muito carismático. Uma popularidade que extrapolou a PM [...] E eu vislumbrei aí: taí uma liderança nova, que tem todas as possibilidades de crescer e ocupar um espaço grande na política do Ceará".
Em seguida, Tasso mencionou que se decepcionou com Wagner. "Como deputado federal, e eu já disse isso para ele, ele me decepcionou, porque ele adotou o voto, que eu chamaria quase 100% bolsonarista. Uns votos que eu não entendi, até pela posição que eu conhecia dele aqui no Ceará, em algumas conversas que eu tinha com ele".
Tasso disse que "perdeu a esperança no Wagner" quando o ex-deputado federal participou de evento no Ceará com o então presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia de Covid-19. Apesar disso, o ex-senador avalia que, ultimamente, Wagner "evoluiu muito". "Ele saiu desse bolsonarismo radical que ele tinha para bastante moderado", acrescentou.
Tasso diz que desconhece André e o compara a Marçal
Tasso comparou o candidato a prefeito de Fortaleza pelo PL, André Fernandes, ao Pablo Marçal (PRTB), candidato a prefeito de São Paulo. "Eu vejo aqui no André um candidato quase que parecido com Marçal, quer dizer, entra para provocar", respondeu ao comentar sobre cadeirada que José Luiz Datena (PSDB) deu no adversário.
O tucano disse que não conhecia André e o avaliou como, "até pouco tempo, desconhecido da maioria da população de Fortaleza", mas "que, de repente, está disparando nas pesquisas". "Pelo que sei da vivência dele, pelo o que eu vi nos vídeos dele, muitos me apresentaram a sua vida, [...] através de vídeos absolutamente esquisitos. É isso o que eu conheço dele. Eu posso não conhecê-lo, mas não vou votar nele a partir do que eu vi", afirmou.
Tasso menciona timidez de Sarto
Tasso lamentou o pouco de TV do prefeito e candidato à reeleição, José Sarto (PDT), no horário eleitoral deste ano e mencionou "timidez" durante a gestão do pedetista.
"Acho que, realmente, o Sarto foi um pouco tímido em se apresentar e apresentar o que estava fazendo nos primeiros anos de governo. É uma característica dele, mas é uma característica dele trabalhar muito no gabinete e isso não é demérito. Isso é uma característica de cada gestor e nem sempre o melhor gestor é aquele que está na rua todo dia".