Bilionário custeia quase metade de campanha de candidato a prefeito de Iguatu
A família do candidato tem história na política da cidade. O pai dele, Carlos Roberto Costa, foi prefeito em 1993, e morreu durante o mandato em um acidente de carro, e a mãe, Rossana Costa, foi vereadora de 2001 a 2004O candidato à prefeitura de Iguatu, no Ceará, Roberto Filho (PSDB) recebeu até agora R$ 621,8 mil para a campanha eleitoral — quase a metade, R$ 300 mil, é relativa a uma doação do bilionário Rubens Ometto, fundador do grupo Cosan. É o maior valor doado pelo empresário, que destinou a mesma quantia à candidata a vereadora em Curitiba Rafaela Lupion (PSD). Ao todo, Ometto já repassou mais de R$ 5,1 milhões a candidatos nestas eleições.
Na cidade de 100 mil habitantes no interior cearense, o limite de gastos para os candidatos à prefeitura é de R$ 691,7 mil. Portanto, a doação do bilionário é quase a metade do total que Roberto Filho pode gastar para conquistar o voto do eleitorado do município. Partido do candidato, o PSDB doou a metade do montante destinado pelo empresário para a campanha, R$ 150 mil. Procurado pelo Estadão para comentar a doação, Rubens Ometto não retornou até a publicação deste texto.
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O candidato recebeu ainda uma doação de R$ 150 mil de Edson Queiroz Neto, presidente do conselho administrativo do Grupo Edson Queiroz, que tem empresas nos ramos de energia e telecomunicações. Estreante nas eleições, Roberto Filho foi vice-presidente do grupo e deixou o cargo para ingressar na política. Ele se filiou ao PSDB em abril de 2024.
Para divulgar a candidatura a prefeito da cidade de Iguatu, Roberto Filho se apoia na experiência administrativa que adquiriu trabalhando no grupo. "Ao longo dos últimos 20 anos, eu trabalhei, me capacitei. Tenho meu crachá, tenho minha carteira de trabalho assinada. Trabalhando no grupo, aprendi a lidar com pessoas e resolver problemas", afirmou, em vídeo publicado no perfil dele no Instagram.
A família do candidato tem história na política da cidade. O pai dele, Carlos Roberto Costa, foi prefeito em 1993, e morreu durante o mandato em um acidente de carro, e a mãe, Rossana Costa, foi vereadora de 2001 a 2004.
Em 2019, em entrevista à imprensa local, Roberto Filho disse que não pensava em concorrer a um cargo eletivo e que estava "totalmente focado" para realizar o trabalho que os acionistas e o presidente do grupo confiaram a ele.